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Iniciativa pretende restaurar 100 milhões de hectares de terras até 2030
A desertificação é um grande problema em todo o mundo, mas na África vem apresentando níveis preocupantes. Em 2018, descobriu-se que o Saara, o maior deserto do mundo depois da Antártica e do Ártico, havia aumentado em 10% no último século. Essa expansão se deve a uma combinação de mudanças climáticas causadas pelo homem e ciclos climáticos naturais, com a maioria das mudanças acontecendo ao longo das bordas norte e sul do deserto.
A região do Sahel (que vai do cinturão sul do Saara até a savana sudanesa), onde residem algumas das comunidades mais pobres do mundo, é a que mais vem sofrendo com essa desertificação. A região vem passando por secas persistentes e vendo os seus recursos naturais esgotarem-se de forma contínua.
É aqui que entra a Grande Muralha Verde, um projeto que pode salvar uma região inteira do colapso ecológico.
O que é a muralha verde?
Lançada em 2007, esta iniciativa revolucionária visa restaurar as paisagens degradadas da África e transformar milhões de vidas em uma das regiões mais pobres do mundo, o Sahel. Após ser concluída, a Muralha Verde será a maior estrutura viva do planeta – uma maravilha natural do mundo de 8.000 km que se estende por todo o continente.
A Grande Muralha Verde está agora sendo implementada em mais de 20 países da África, estendendo-se de leste a oeste, com o investimento de mais de oito bilhões de dólares. A iniciativa reúne países africanos e parceiros internacionais, sob a liderança da Comissão da União Africana e da Agência Pan-Africana da Grande Muralha Verde.
O projeto vem adotando uma gama de ferramentas para construir um cinturão de vegetação em todo o continente. Embora as árvores sejam o foco principal, outros métodos estão sendo usados para ajudar a restaurar a terra, com base nas necessidades biogeográficas específicas de cada área individualmente.
A Muralha ainda está em construção, mas já é possível mensurar o sucesso do projeto. Terras degradadas estão sendo restauradas em um ritmo acelerado. Isso significa maior segurança alimentar para as comunidades próximas.
Nigéria, Senegal, Burkina Faso e Etiópia, até agora, viram ganhos mais significativos na região do Sahel. Mais de 17 milhões de árvores foram plantadas em Burkina Faso, a Nigéria viu mais de 48 mil quilômetros quadrados de terras degradadas restauradas, enquanto o Senegal e a Etiópia também obtiveram níveis semelhantes de sucesso.
Com o combate à desertificação na área, as regiões começaram a ver o aumento das chuvas, bem como espaços agrícolas mais resilientes e férteis.
Mas o impacto ecológico não é o único foco deste projeto, pois o esquema também visa capacitar e desenvolver as comunidades vizinhas.
Até 2030, a iniciativa pretende restaurar 100 milhões de hectares de terras que atualmente estão degradadas, além de também “sequestrar” 250 milhões de toneladas de carbono e criar 10 milhões de empregos verdes. Tudo isso trará ainda mais benefícios às comunidades que vivem no entorno da Grande Muralha.
Mais detalhes da iniciativa podem ser vistos neste vídeo:
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