A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou regras para terapia genética no Brasil, que inclui técnicas de modificação do DNA. Esse tipo de tratamento é considerado uma aposta importante em casos de pacientes com doenças raras ou terminais, como o câncer.
As novas normas, que seguem modelo aprovado na Europa e nos EUA, abrem novo espaço para novas pesquisas sobre o método e cria uma nova categoria para registro desse tipo de tratamento.
Em nota, a agência afirmou que, com a decisão, “o Brasil passa a ter definidas as bases regulatórias necessárias para desenvolver e registrar produtos de alta tecnologia baseados em células e genes humanos, tornando-se referência na América Latina”.
Apesar do avanço com a regulamentação, o custo dessa técnica ainda é um entrave. Nos Estados Unidos, produção das células e as despesas hospitalares, juntas, chegam a custar US$ 1 milhão (mais de R$ 4 milhões). Aqui no Brasil, atualmente, a Anvisa monitora oito estudos clínicos com terapias gênicas e celulares avançadas.
Terapia genética contra o câncer
Uma da terapias genéticas, que é uma das grandes apostas da medicina, foi aprovada no ano passado nos Estados Unidos. Trata-se da CAR-T Cells, que consiste basicamente em introduzir um anticorpo em células de defesa do organismo do paciente, modificando-as geneticamente, para que elas reconheçam e ataquem as células cancerosas.
No ano passado, um paciente com câncer terminal teve alta após recorrer a esse tratamento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Essa foi a primeira vez que a técnica pioneira havia sido aplicada com sucesso na América Latina.