O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que o número de pessoas diagnosticadas com sífilis no Brasil teve um aumento de 4.000% entre os anos de 2010 e 2018. Neste período, os registros foram de 3,8 mil para 158 mil.
A região Sudeste foi a que mais registrou casos, com 71.842 notificações (45,5%). A região Sul teve 36.808 (23,3%), o Nordeste registrou 26.644 (16,9%), o Centro-Oeste, 12.855 (8,1%) e o Norte notificou 9.890 casos (6,3%).
Em 2018, a maior parte das notificações de sífilis adquirida (transmitida sexualmente) ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos (35,1%), seguidos por aqueles na faixa entre 30 e 39 anos de idade (21,5%).
De acordo com o relatório, as infecções sexualmente transmissíveis (IST) são consideradas um problema de saúde pública e estão entre as patologias transmissíveis mais comuns, afetando a saúde e a vida das pessoas em todo o mundo. Ainda segundo a pasta, essas infecções também têm um impacto indireto na facilitação da transmissão sexual do vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Doença infecciosa
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e evolui em estágios. Em um primeiro momento, nos homens, podem aparecer pequenas feridas indolores na glande do pênis. Já nas mulheres, por conta da anatomia, as feridas podem estar mais profundas e, por isso, costumam ser de difícil percepção.
Cerca de oito semanas após a infecção, podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo, aumento de gânglios e febre. Essa é a chamada fase secundária da sífilis.
Se não tratada, a pessoa pode vir a ter a sífilis terciária, a fase mais grave da doença que pode inclusive levar a pessoa à morte.
Políticas de combate ao sífilis
O Ministério da Saúde vem executando diversas estratégias de abrangência nacional para o controle da sífilis no país, como a compra centralizada e distribuição de insumos de diagnóstico e tratamento, realização de Campanha Nacional de Prevenção e desenvolvimento de estudos e pesquisas voltados para o enfrentamento da sífilis no Sistema Único de Saúde (SUS).
O tratamento ofertado gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) melhora a qualidade de vida da pessoa com sífilis, além de interromper a cadeia de transmissão. O antibiótico mais comumente utilizado no tratamento é a penicilina benzatina (benzetacil), que mostra ótimos resultados.
O paciente em tratamento também deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença.
Como prevenir a sífilis
A transmissão da sífilis pode se dar por meio de relações sexuais vaginais, anais ou orais com parceiro contaminado; pelo sangue contaminado e da gestante para o feto.
Assim como o HIV, a Gonorreia, o HPV e outras ISTs, o uso correto da camisinha feminina ou masculina nas relações sexuais é uma das medidas mais importante de prevenção da sífilis.
O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal também é importante no controle da sífilis congênita.
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