Após cerca de 24 horas da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, o número de pessoas oficialmente tratadas como suspeitas saltou de 20 para 132.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, esse número pode aumentar, pois até o fim da tarde desta quinta-feira, 27, quando foi divulgada a última atualização dos números, o ministério ainda não tinha concluído a avaliação de outras 213 notificações.
“Esse número não é definitivo. É muito maior que 132. Ficamos com 213 notificações ainda não analisadas. Elas podem ser todas consideradas suspeitas ou apenas uma parte, mas dá para a gente avaliar que, na verdade, temos perto de 300 casos suspeitos”, disse Gabbardo.
Segundo João Gabbardo, esse aumento se explica em virtude do aumento do número de países com fluxo migratório intenso com o Brasil, e que têm pessoas com o vírus.
Um exemplo é o primeiro caso confirmado no Brasil. O homem de 61 anos não esteve na China, que concentra a maioria dos casos no mundo, e sim na Itália.
Após a confirmação desse caso, pessoas com histórico de viagem à Itália, à França e à Alemanha e que apresentem febre somada a um sintoma respiratório também são tratadas como suspeitas de ter o coronavírus.
Escassez de produtos
Em entrevista coletiva, João Gabbardo também disse que a rede pública de saúde já está enfrentando a escassez de itens de segurança e prevenção contra o coronavírus.
De acordo com o secretário, o governo tem uma lista de 20 itens e quatro deles estão começando a faltar no Sistema Único de Saúde (SUS).
Gabbardo afirmou que, se necessário, usará meios jurídicos para apreender esses produtos para evitar o desabastecimento no mercado interno.
Como acontece a transmissão?
O principal meio de transmissão é entre pessoas. Quando alguém com coronavírus tosse ou espirra, libera gotículas com o vírus. A maioria destas gotas cai sobre superfícies e objetos próximos – como mesas ou telefones. Outras pessoas podem se infectar ao tocar nesses locais contaminados, levando suas mãos aos olhos, nariz e boca.
Sintomas
Os sinais e sintomas incluem tosse, dificuldade para respirar, dor de garganta, acompanhada de febre. É muito semelhante com qualquer outra virose respiratória, como gripe, influenza, resfriado, só que os sintomas tendem a ser mais graves, podendo evoluir para insuficiência respiratória aguda, que é quando o paciente precisa de ajuda de ventilação mecânica.