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Como aliviar a quarentena se ainda morrem mil por dia?

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Como aliviar a quarentena se ainda morrem por dia mil vítimas do novo coronavírus no Brasil? É o que muitos estão se perguntando após a coletiva de imprensa dada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em que foi anunciado o plano de retomada econômica no epicentro da covid-19 no país.

Crédito: Alex Pazuello/Semcom/Fotos PúblicasCoronavírus: Como aliviar a quarentena se ainda morrem mil por dia?

Planejada para a partir de 1º de junho, a “retomada consciente” de Doria acontecerá a princípio em regiões proporcionalmente menos afetadas pelo coronavírus, de forma gradual e heterogênea, divididas em faixas. Vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Sendo a vermelha a mais restritiva e a azul com atividades quase plenamente normais.

O meu susto, e o de muita gente, foi justamente São Paulo, capital, estar configurada na faixa laranja. Nela, construção civil, indústria não essencial são retomadas e atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios comércio e até shoppings são reabertos com restrições.

Quais restrições seriam essas? Segundo Doria, shoppings e comércio de rua com horários reduzidos. Já atividades imobiliárias, concessionárias e escritórios devem operar com 20% da capacidade.

Ainda segundo os critérios do governo de São Paulo, para uma cidade ou região ser caracterizada como fase 2, a laranja, de controle, o município precisa obedecer algumas regras, que são: taxa de ocupação dos leitos de UTI entre 70% e 80%; ter de 3 a 5 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes; número de novos casos ficar 7 dias seguidos menor do que o visto nos 7 dias anteriores. Essa mesma métrica vale para o número de óbitos.

Agora os questionamentos. Como fiscalizar se o limite de 20% da capacidade para o funcionamento de lojas de ruas e de shoppings e escritórios? É praticamente impossível.

NÚMEROS MOSTRAM INTERIORIZAÇÃO ACELERADA DO NOVO CORONAVÍRUS EM SP

Em 8 de maio, Doria havia afirmado que só relaxaria a quarentena quando houvesse redução sustentada de novos casos por 14 dias, agora são sete. Ele também disse que a tava de ocupação deveria ser 60% e não os 70% a 80%, como disse hoje.

Semana passada, no gabinete de Doria e na prefeitura da capital, a discussão era sobre adotar lockdown, fechamento total, na Grande São Paulo e na capital.

O biólogo Atila Iamarino apontou a contradição no discurso de Doria ao justificar a reabertura. “SP passou meses anunciando que as pessoas precisavam ficar mais em casa, que sem recolhimento de 70% das pessoas faltaria leito (com razão). Nunca atingimos esse número. Duas semanas atrás tentaram até novo rodízio de carros. Agora tá tudo bem pra abrir? Que mágica aconteceu?”, questionou.

As taxas de quarentena realizada pela população e divulgadas diariamente pelo próprio governo não passaram de 56% nas últimas semanas.

Outro grande problema, é que São Paulo, capital, e diversas regiões não se encontram no quadro estabelecido pela faixa 2. Como podemos observar nos dados divulgados pelo próprio governo nesta terça-feira, 26.


#NessaQuarentenaEuVou – Dicas durante o isolamento:


Na capital, os leitos de UTI para covid-19 estavam 85% ocupados nesta terça-feira. Então como a cidade está na faixa 2?

Se falarmos em nível de todo o país, a situação é mais grave porque hoje, quarta-feira, 27, nós computamos 1.086 vidas perdidas para o coronavírus. Como estamos falando em reabertura quando ainda morrem mais de mil pessoas por dia, quando não se tem nem testes massivos, o que dirá uma vacina?

Em nenhum lugar no mundo a abertura econômica se deu desta forma. Em países como a Itália ou a Espanha, a reabertura só começou a ocorrer quando a curva de mortes pela covid-19 começou a se inverter.

O risco de uma reabertura prematura é que haja explosão de casos, internações e mortes. Fica ainda mais eminente o colapso do sistema de saúde e com isso será necessário retroceder na medida, com um fechamento ainda mais severo.

O problema é que, se isso acontecer, o custo terá sido ainda mais famílias dizimadas e maior tempo de prejuízo econômico para São Paulo, sem falar nos danos psicológicos para a população e maiores desgastes políticos.


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