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Como escutar os sinais do corpo se a única coisa que passa pela cabeça é comer?

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Com o passar dos dias que estamos vivendo em quarentena, com pouquíssimo ou nenhum contato social, a comida pode parecer a grande companhia para muitas pessoas. O ambiente de casa torna-se ansiogênico e comer, algo nada intuitivo. Como escutar os sinais do corpo se a única coisa que passa pela cabeça é comer?

Fazer home office ou trabalhar de casa pode ser facilitador do ato de comer, já que, como escrevi aqui na semana passada, a troca de ambiente gera confusão na identificação dos motivadores.

Crédito: Damircudic/istockO período de isolamento físico demandará muito cuidado e atenção

A organização da rotina pode ajudar a diminuir o estresse de estar fisicamente isolado, além de auxiliar na nossa alimentação de maneira eficaz.



Quando me refiro à organização, não pense que estou pedindo para você estocar produtos de supermercado, esvaziando prateleiras, e aumentando a disponibilidade e opções de comida em sua casa. O estoque de alimentos não faz sentido nesse momento. Estocar comida atrapalha a você e ao próximo. Logo, essa é a primeira sugestão que considero importante para reorganizar sua rotina alimentar: não estoque alimentos.

Isso não significa, evidentemente, que não seja importante e necessário fazer compras. O outro extremo, imaginar que não ter comida em casa possa ajudar você a comer melhor, é tão ruim quanto estocar alimentos. Pelo contrário, as chances de desencadear episódios de exagero ou compulsão alimentar são altamente prováveis diante de longos períodos de restrição de alimentos.

Portanto, o ideal nesse momento de quarentena é agir com tranquilidade, equilíbrio e comprar de maneira consciente.

Mas como fazer isso?

Em primeiro lugar, sempre faça uma lista com os alimentos em falta. Não vá ao mercado sem saber o que você precisa comprar. Ir sem lista pode facilitar compras impulsionadas pela oferta de alimentos e deslocadas da sua rotina, além de fazer você circular desnecessariamente por todos os corredores do supermercado, algo nada recomendável em tempos de quarentena.

Em segundo lugar, tenha em mente que alimentos mais palatáveis, como bolachas, pães, massas, doces e bolos, podem e devem estar no seu carrinho de compras. Mas é importante que esses alimentos entrem e saiam do seu carrinho à medida da necessidade. Ou seja, compre sempre porções individuais e, quando isso não for possível, adquira de preferência pacotes menores. Isso ajudará você a não comprar em exagero e, especialmente, a comer com consciência. Comprou? Comeu por desejo genuíno? Então, compre outro na próxima ida ao supermercado.

Em terceiro lugar, mantenha-se organizado com a rotina das refeições, respeitando as características de cada uma. Em outros termos, cada refeição deve seguir a estrutura adequada para sua função: almoços devem conter comidas típicas de almoço, como arroz, feijão, carnes, legumes; lanches, por consequência, devem ter iogurtes, frutas, bolachas, queijos, castanhas; café da manhã, pães, leites, queijos, frutas e vitaminas; e assim por diante. Com isso, evitamos transformar a falta de rotina alimentar em um gatilho para comer sem fome e por emoções.

Além disso, manter uma rotina organizada aumenta a previsibilidade das refeições e diminui a ansiedade da escolha, principalmente àquela feita frente à grande disponibilidade de guloseimas. Rotina organizada envolve, entre outras coisas, ter horário para acordar e para dormir; arrumar-se para iniciar o trabalho; tomar café da manhã logo cedo; parar de trabalhar no início da tarde para almoçar; e assim por diante. Isso ajuda a guiar aqueles que se sentem perdidos com a falta de rotina e com a sensação da perda de controle. Dessa maneira, ficará mais fácil identificar o verdadeiro motivo para comer, além de permitir uma conexão mais próxima com os sinais internos de fome e saciedade.

Ficar em casa pode ser prazeroso e uma oportunidade para ressignificar a própria companhia. Aproveite para cozinhar, experimentar novas receitas e se divertir com a nova rotina. Passar por esse momento tendo a comida como aliada é possível.

Texto escrito pela nutricionista Marcela Kotait.

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