O primeiro brasileiro diagnosticado com o novo coronavírus (Covid-19) é um morador de São Paulo de 61 anos que viajou para a Lombardia, região norte da Itália, entre 9 e 21 de fevereiro. A confirmação da doença se deu por um exame de contraprova realizado pelo Instituto Adolfo Lutz.
O quadro clínico do paciente é considerado bom e não há necessidade de internação, segundo informou o Ministério da Saúde em coletiva, na manhã desta quarta-feira, 26. Ele apresenta sinais brandos da doença, como tosse, dor de gargante e coriza, e deverá ficar em isolamento domiciliar por 14 dias.
Os familiares e outras pessoas que tiveram contato com o paciente infectado estão sendo mapeados e também passarão a ser monitorados. Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde já começou esse acompanhamento com pelo menos 30 pessoas que participaram de um almoço no domingo com o paciente. Eles devem ficar atentos a possíveis sintomas, também, por 14 dias.
Caso uma dessas pessoas apresente qualquer sinal do Covid-19, ela passará a ser tratada como um caso suspeito.
De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, os passageiros que estavam no mesmo voo do homem infectado não serão postos em quarentena, pois, segundo ele, esse recurso só é necessário em pessoas que apresentam os sintomas de febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar.
Como será o manejo clínico no Brasil
Ainda não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano, mas os pacientes que tiverem o diagnóstico confirmado serão tratados conforme um protocolo de manejo clínico adaptado pelo Ministério da Saúde, com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse manejo de suporte será feito conforme a sintomatologia do paciente.
Além de repouso, as indicações incluem consumo de bastante água, uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos) e uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse.
“É um arsenal de suporte, não existe um medicamento específico, mas alguns insumos que serão necessários para possíveis novos casos já temos em estoque, mas serão devidamente abastecidos”, afirmou o ministro Mandetta.
Assistência domiciliar a pacientes e contatos
As orientações do Ministério da Saúde para pacientes diagnosticados e pessoas que estiveram próximas são as seguintes:
- O paciente deve permanecer em casa até a resolução dos sinais e sintomas;
- Cuidadores e trabalhadores de saúde são orientados a monitorar sua saúde por 14 dias;
- Todo contato próximo deve informar à Secretaria de Saúde se apresentar quaisquer sintomas, particularmente, febre, tosse ou falta de ar;
- A equipe de vigilância local irá monitorar ativamente os casos;
- Contatos sintomáticos devem entrar em contato com o serviço de saúde;
- Durante o transporte até a unidade de saúde, usar máscara cirúrgica o tempo todo e evitar utilizar transporte público;
- É aconselhável chamar uma ambulância ou utilizar veículo privado com boa ventilação.
Situação no mundo e no Brasil
O novo coronavírus já chegou a 34 países, infectando mais de 80 mil pessoas e causando a morte de 2,7 mil pacientes.
Na última sexta-feira, 21, as autoridades italianas notificaram nove óbitos, o que levou o governo brasileiro a sugerir que brasileiros evitem viagens á região norte do país, onde os casos se concentram.
No Brasil, só existe um único caso confirmado da doença e outros 20 suspeitos nos seguintes estados: Paraíba (1), Pernambuco (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), São paulo (11), Santa Catarina (2). Ao todo, 59 casos suspeitos foram descartados no país.
Quais são os sintomas
Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado, com febre, tosse e dificuldade para respirar. O Covid-19 pode, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.
Prevenção
Os cuidados para reduzir o risco de contrair o coronavírus são básicos e incluem lavar as mãos frequentemente com água e sabão, usar desinfetante á base de álcool e evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Saiba mais sobre o vírus e como se proteger no link abaixo:
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