Estima-se que quase um terço da população brasileira sofra de esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado. A doença não costuma apresentar sintomas e, na maioria das vezes, é descoberta durante exames de rotina. O diagnóstico é confirmado após uma ultrassonografia e, eventualmente, uma biópsia.
Se não tratada, corretamente, a esteatose hepática pode provocar uma inflamação capaz de evoluir para hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado.
Mas, afinal, você sabe o quais são os fatores que contribuem para o problema?
A esteatose hepática pode ser dividida em dois tipos:
- Alcoólica – quando é provocada pelo abuso de bebidas alcoólicas.
- Não alcoólica – provocada por hábitos e estilos de vida inadequados.
De acordo com a gastroenterologista Yael de Albuquerque, do Instituto EndoVitta, a esteatose hepática não alcoólica ocorre quando o paciente ingere mais gordura e calorias do que o fígado pode processar. “Apesar de ser uma doença comum em obesos e diabéticos, o acúmulo de gordura no fígado pode afetar os pacientes com má alimentação e que não praticam exercícios regularmente. Além desses pacientes, estão aqueles que abusam da bebida alcoólica”, alerta a especialista.
Entre os principais fatores que podem causar o tipo não alcoólico, estão:
- Obesidade
- Gravidez
- Sedentarismo
- Diabetes
- Má alimentação
- Colesterol alto
- Pressão alta
- Perda ou ganho muito rápido de peso
- Uso de medicamentos (corticoides, estrógeno, amiodarona, antirretrovirais, diltiazen e tamoxifeno)
- Inflamações crônicas no fígado
- Hepatites virais
O Ministério da Saúde ainda chama a atenção para outros fatores de risco, tais como: síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo, síndrome metabólica, apneia do sono, acúmulo de gordura abdominal.
Pessoas que se encaixam nesse grupo de risco devem devem fazer consultas médicas periódicas para avaliar a necessidade de monitorar a quantidade de gordura no fígado.
Sintomas não muito perceptíveis
Cerca de 30% da população possui a doença, mas não sabe. Embora os sinais sejam discretos e, muitas vezes passam batido, é preciso ficar atento aos seguintes indícios:
-Síndrome metabólica: um conjunto de problemas que envolvem obesidade, pressão alta e níveis elevados de glicose, colesterol e triglicérides;
-Aumento do volume abdominal e dores na parte superior do abdômen;
-Enjoos, vômitos e tremores;
-Cansaço em excesso e fadigas;
-Pele e olhos amarelados (Icterícia)
-Perda de apetite;
-Alteração no sono;
– Aranhas vasculares (pequenos vasos dilatados na pele em formato de aranha são mais comuns no rosto, tórax, pernas e no branco dos olhos).
Gravidade
Se a doença não for diagnostica e tratada, ela pode causar problemas mais graves como fibrose, que ocorre quando há tecido de cicatrização no órgão. Neste estágio de fibrose, começa a se instalar uma patologia chamada de cirrose, com todas as suas complicações como fadiga crônica, icterícia (pele e olhos amarelados), ascite (acúmulo de líquidos dentro da cavidade abdominal), varizes de esôfago, risco de sangramentos.
Após a instalação da cirrose, o quadro passa a ser irreversível, com risco aumentado para o desenvolvimento do câncer de fígado.
Tratamento
No estágio inicial, o tratamento é feito com a adoção de uma dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em gorduras e carboidratos. Também é preciso manter o controle de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto. Cigarro e bebidas alcoólicas também devem ficar de lado.
Como deve ser a dieta?
A dieta deverá ser rica em alimentos ricos em fibra, como cereais integrais (trigo, aveia, quinoa, amaranto, arroz, etc), derivados do leite desnatado, frutas, legumes e peixes.