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Coronavírus pode reforçar o preconceito sobre a obesidade

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Muitas semanas de isolamento e distanciamento social marcam nossa rotina. Jornais, televisão e internet ecoam o mesmo assunto quase sem parar: a pandemia do coronavírus. A covid-19 faz vítimas em todo o mundo e aqui no Brasil não é diferente.

Muitas preocupações rondam nossos pensamentos: quando tudo isso acabará? Quando sairemos pelas ruas andando sem nos preocupar com o risco de contaminação? Quando abraçaremos nossos familiares e amigos?

Enquanto não temos respostas para essas perguntas, ficamos em nossas casas tentando nos proteger do vírus. Lavar pacotes do mercado, deixar os sapatos usados do lado de fora, sair de casa mascarado somente em casos de suma importância já são atitudes que tomamos quase intuitivamente.

Idosos, o mais famoso grupo de risco, estão em casa mesmo sentindo falta dos filhos e netos. Todo mundo está cuidando e protegendo os nossos velhinhos. Pessoas com comorbidades – ou seja, doenças pré-existentes, como diabetes, problemas respiratórios e cardiopatias, por exemplo – também estão redobrando os cuidados.

Além desses conhecidos grupos de risco, existe outro grupo bastante assustado com as notícias: os obesos. Com o avanço da doença em países como Estados Unidos e Brasil, observa-se um aumento no número de vítimas obesas, e existem informações diversas sobre serem ou não um grupo mais vulnerável às infecções do vírus. Como todos os estudos sobre o coronavírus são obviamente recentes e publicados em jornais científicos todos os dias, ainda não há consenso sobre o assunto.

Crédito: Juanmonino/istockObesidade pode ser fator de complicação da covid-19


#NessaQuarentenaEuVou – Dicas durante o isolamento:


Alguns estudos relacionam uma maior mortalidade aos graus de obesidade mais extremos; outros, associam o peso corporal elevado e o sedentarismo como grande causa do agravamento dos quadros de infecção. Há trabalhos que indicam ainda que, por ser um grupo mais comumente acometido por doenças como diabetes e hipertensão, essas últimas seriam a real causa das complicações e mortes após a contaminação viral.

Tais relações entre obesidade e a letalidade do vírus, ainda que indiretas e em constante estudo, são importantíssimas e devem ser continuadas à exaustão. Minha preocupação é que a forma de divulgação dos resultados preliminares dessas pesquisas seja distorcida levando ao reforço de preconceitos e estereótipos relacionados ao corpo gordo. Esse texto, assim, não pretende bater o martelo sobre a morbidade e mortalidade de pessoas gordas, mas sim refletir sobre os cuidados e ao acesso à saúde por esse grupo.

Pessoas obesas devem se cuidar, assim como quaisquer outras, sejam magras, altas ou baixas. Vivemos em uma sociedade gordofóbica, preconceituosa e hostil ao corpo gordo. A gordofobia é manifestada de várias formas, inclusive expressa pelo entendimento de que todo corpo gordo é doente e não merece direitos básicos de saúde.

Estamos passando por um momento bastante ansiogênico e difícil. A aversão a determinados tipos de corpos e o bombardeio de informações preconceituosas não ajudam ninguém. Por isso, espero que consigamos aproveitar esse período de introspecção para identificarmos a gordofobia que eventualmente existe em nós, e entendermos nossa responsabilidade em romper com estereótipos que nos adoecem mais que qualquer vírus.

Texto escrito pela nutricionista Marcela Kotait.

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