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por Beatriz Mirelle, da Redação* –
Esta matéria faz parte do PEPE (Programa Envolverde de Parcerias Estudantis) –
Presidente do Instituto Homem Pantaneiro reforça a importância da relação positiva entre o ser humano e a natureza
O Coronel Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), foi o convidado da live “Pantanal: o que esperar no futuro?”, do Diálogos Envolverde, da última quinta-feira (19). O especialista comenta sobre a atuação da organização, analisa a recuperação desse bioma nos próximos anos e os trabalhos de combate às queimadas. Os mediadores foram os jornalistas Dal Marcondes e Reinaldo Canto, da Agência Envolverde.
Na década de 1980, Rabelo foi baleado durante o combate ao tráfico de animais no Pantanal, num dos momentos que ele define como “mais críticos para o bioma”. Nos anos seguintes, após a recuperação da região, atuou na Polícia Florestal. “Segui a partir dai repensando qual era o nosso papel. Fizemos contato com várias ONGs para entender como ser mais competente e usar o poder da polícia para a proteção da natureza”. Dessa forma, ele destaca que o homem pantaneiro teve um papel determinante durante esse processo. Com isso, o IHP foi criado, em 2002, com o compromisso de proteger essa região baseando-se na cultura pantaneira, que estabelece uma relação benéfica entre homem e natureza. Veja alguns dos destaques da entrevista:
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Antecedentes da crise
O especialista comenta que o Pantanal já demonstrava uma grande mudança territorial, principalmente nos níveis dos rios e aumento da temperatura. “A região entrou em um processo de seca extrema. À medida em que as vegetações, inclusive de fazendas sem gado, ficaram vulneráveis por não estarem mais inundadas, o fogo varreu grandes áreas em um curto período de tempo”. Ele afirma que era necessário um olhar cauteloso desde janeiro de 2020, quando esses índices eram notificados. “Esse acontecimento foi um evento climático extremo que assistimos parados, a despeito de uma negação do óbvio”.
Nesse contexto, Rabelo acredita que campanhas educativas seriam um método eficiente para orientar o manejo do fogo, freando um impacto dessa magnitude. Para ele, a natureza impõe limites que precisam ser respeitados e isso é um exercício de diálogo permanente. “É um dos poucos biomas que a atuação humana não se deu à base de tratores e máquinas. O homem pantaneiro chega no lugar inóspito e, até hoje, se obriga a prestar atenção aos sinais do ambiente para que o seu negócio sobreviva”.
Além disso, ele aponta que é fundamental manter o equilíbrio de propriedades privadas com áreas protegidas para assegurar a sustentabilidade e evitar o descontrole observado este ano. “Não tenho dúvidas em afirmar que a origem desse fogo foi humana, mas, ao mesmo tempo, convivo há 40 anos no Pantanal. Nenhuma fazenda coloca fogo e o deixa propagar sem controle, porque ele queima cercas e propriedades: houve falha nessa prevenção”, completa.
De olho no futuro
Rabelo afirma que após essas queimadas a população e o governo precisam acreditar, cada vez mais, na funcionalidade de ações preventivas e nos institutos de pesquisa. “O terceiro setor pode se fazer presente onde, por diversas razões, o governo não consegue trabalhar. A sociedade tem que sair da condição passiva, esperando que a solução venha sempre das autoridades”. Ele conta que, através do processo participativo, como as doações, a população pode equilibrar os diferentes interesses sociais e avançar para uma realidade mais equilibrada.
Essa atuação ainda é possível porque, segundo o coronel, o Pantanal ainda tem grandes áreas conservadas. “Várias instituições estão criando pequenas brigadas e discutindo mecanismos de salas de crise para que a resposta seja mais eficiente”. Um diferencial é a ausência de estradas e grandes cidades no entorno desse bioma. “A presença humana sempre acaba determinando na geração de enormes passivos. O debate integrado pode assegurar o futuro dessa região”.
Assista: Reportagem – Pantanal
Diálogos Envolverde
Para acessar essa live na íntegra, basta entrar no YouTube ou Facebook da Agência de Jornalismo Envolverde. Toda quinta-feira, às 11h, nessas contas, eles provem o programa Diálogos Envolverde, com entrevistados que discutem a importância das pautas da área socioambiental.
*Conteúdo multimidiático produzido por estudantes de Jornalismo Presencial da Universidade Metodista de São Paulo, sob a supervisão dos professores Alexandra Gonsalez, Eloiza de Oliveira Frederico, Filomena Salemme e Wesley Elago.
#Envolverde
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