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Existem datas que surgiram para ser comemoradas. E outras que servem de alerta para nos mostrar como construir um futuro melhor. Esse é o caso do Dia da Sobrecarga da Terra (Overshoot Day, em inglês), que neste ano acontece em 22 de agosto. Calculado para mostrar justamente o momento de cada ano em que passamos a demandar mais recursos naturais e serviços ecossistêmicos do que a Terra é capaz de regenerar, esse evento chega pouco mais de três semanas mais tarde em 2020. Mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido. Por isso, o Instituto Akatu aproveita a data para dar dicas de como contribuir e diminuir a demanda por bens naturais do planeta a partir das escolhas de consumo.
Inspirado pelo movimento #MoveTheDate, que convida as pessoas a refletirem sobre seus hábitos e a adotarem rotinas com melhor impacto para reduzir a pegada ambiental e consequentemente adiar ainda mais o Dia da Sobrecarga da Terra, o Akatu elenca algumas propostas para atingir esses objetivos:
• Reduzir o consumo de carne vermelha
A pecuária global é responsável por pelo menos 9% das emissões de gases de efeito estufa derivadas de atividades humanas. Se toda a população mundial reduzir pela metade o consumo médio anual de carne, o Dia de Sobrecarga da Terra será adiado em 5 dias;
• Reduzir o desperdício de alimentos
Pelo menos ⅓ de toda a comida produzida no mundo é perdida ou desperdiçada, o que resulta em 9% da pegada ecológica global. Se reduzirmos pela metade a perda e o desperdício de alimentos no mundo, o Dia de Sobrecarga da Terra será adiado em 11 dias;
• Colaborar com a natureza
Mesmo em isolamento social, ainda dependemos de solo fértil, água limpa e ar puro. Então, para contribuir para a manutenção da biodiversidade, basta plantar uma árvore, cultivar um jardim ou ser voluntário em uma organização de conservação natural. Se reflorestarmos 350 milhões de hectares de floresta (área similar à Índia), o Dia de Sobrecarga da Terra será adiado em 8 dias;
• Investir em Energias Renováveis
A pegada de carbono compõe 57% da pegada ecológica da humanidade, portanto, é imprescindível eliminar os combustíveis fósseis, cuja queima é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa. Você pode contribuir pressionando governos e empresas para seguirem este caminho. Se reduzirmos pela metade as emissões de gases de efeito estufa da pegada ecológica da humanidade, o Dia de Sobrecarga da Terra será adiado em 93 dias.
Mas essas não são as únicas maneiras de contribuir. Mobilizar os amigos e familiares para adotarem hábitos de consumo mais sustentáveis, comprar roupas novas apenas se for necessário, trocar o carro pela bicicleta ou por uma caminhada e viajar de maneira sustentável surgem como alternativas. A pessoas podem encontrar todas essas dicas no site do Instituto Akatu.
Vale lembrar que o cálculo para se chegar ao Dia da Sobrecarga da Terra é feito pela Global Footprint Network desde 1961. Nele, divide-se a biocapacidade do planeta pela pegada ecológica da humanidade multiplicada pelo número de dias do ano. Em 2019, o dia chegou em 29 de julho. Essa mudança é reflexo da redução de 9,3% na pegada ecológica da humanidade desde 1º de janeiro de 2020, resultado causado pela pandemia do coronavírus, que provocou isolamento social e desaceleração econômica.
Com isso, as emissões de CO2 provenientes da combustão de combustíveis fósseis e as taxas de extração de madeira caíram substancialmente, alterando índices utilizados no cálculo.
Chegou a hora de mudar essa data novamente e jogá-la mais para frente. E, dessa vez, sem interferência de uma pandemia. É só seguir as dicas do Akatu. Quem sabe, no futuro, o Dia da Sobrecarga na Terra não exista mais e seja apenas comemorado como algo do passado?
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