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Economia circular gera oportunidade de renda para informais na pandemia

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A pandemia do coronavírus paralisou a economia. Como alento, gerou algumas demandas específicas de produtos, como máscaras, barreiras de proteção e dispensadores de álcool gel. Os dois últimos são voltados para empresas e são caros. Um dispensador automático, acionado com os pés, pode custar até 700 reais. 

De olho nesse segmento, um empresário de Caieiras, na Grande São Paulo, desenvolveu um projeto de dispensador a partir de materiais recicláveis. A fabricação do equipamento utiliza apenas tubos de PVC, amplamente disponíveis e baratos, cola apropriada e tinta para acabamento. Seu custo de produção é de até 85 reais, a depender da disponibilidade do material reciclado. É possível montá-lo com ferramentas básicas, como uma serra de arco e uma furadeira. O preço de venda sugerido é de 150 reais. 

“Tudo começou ao receber a imagem de um dispensador. Achei que seria útil para as nossas operações, mas não havia como comprá-lo”, afirma Eduardo Gomes, CEO da RCRambiental, empresa especializada em reciclagem industrial que está por trás do projeto. “Nosso comitê de gestão da COVID-19 pediu ao time de operações para produzir um protótipo, que ficou pronto em poucos dias”. 

Inicialmente, a ideia era utilizar o equipamento apenas internamente. Gomes, no entanto, teve a ideia de criar um projeto de empreendedorismo social ao visitar uma das comunidades vulneráveis de Caieiras, durante uma ação de doação de uma caixa d’água. “Pensei que aquele dispensador poderia ser uma excelente solução para ampliar suas oportunidades de gerar renda e enfrentar os desafios da pandemia”. 

 Em parceria com a #ReciclaCaieiras, iniciativa popular que instala pontos de coleta de material reciclado na cidade, a RCR doou o projeto e organizou treinamentos para os interessados em entrar no negócio. Denis Fumagali, idealizador do #ReciclaCaierias, também recrutou líderes comunitários em cidades vizinhas, como Francisco Morato e Taboão da Serra. 

“O projeto não visa lucro algum para a RCR. O propósito é ajudar a melhorar a vida das famílias participantes, gerando renda por meio da venda de um equipamento sustentável, que ajuda a promover as medidas de higiene necessárias no cenário da COVID-19”, afirma André Navarro, sócio da RCRambiental. “E a demanda por isso será cada vez maior no mercado”.

Para impulsionar as vendas, a Prefeitura de Taboão da Serra está conversando com empresas locais. A RCR também abordou mais de 400 clientes, entre eles uma grande rede varejista que está negociando a compra de centenas de unidades.

Equipe da RCR faz treinamento com recicladores para a produção do dispenser de álcool gel: empresa abordou mais de 400 clientes para impulsionar as vendas

Equipe da RCR faz treinamento com recicladores para a produção do dispenser de álcool gel: empresa abordou mais de 400 clientes para impulsionar as vendas (RCRambiental/Divulgação)

Caieiras abriga o maior aterro sanitário da América Latina. O chamado “lixão” ocupa uma área de 3,5 milhões de m² . O aterro é responsável por cerca de um terço da receita fiscal do município, que tem 300 mil habitantes. Apesar disso, a cidade não conta com coleta seletiva. 

O projeto do dispensador é baseado no conceito de economia circular, que busca gerar valor econômico por meio da reciclagem. De acordo com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), na próxima década, a economia circular deve movimentar cerca de 1 trilhão de dólares. 

Essa indústria tem o potencial para criar mais de 6 milhões de empregos. “Nosso sonho é que o projeto seja multiplicado em comunidades de todo o país e ajude cada vez mais famílias, contando com a colaboração de outras empresas e entidades”, diz Gomes.

A cada ano, o Brasil produz quase 80 milhões de toneladas de lixo. O País é o quarto maior produtor mundial de lixo plástico, mas recicla apenas 1,3% desse material. Cerca de 14% do lixo produzido é de embalagens de plástico. Se fossem reciclados, esses resíduos poderiam gerar mais de 6,5 bilhões de reais para a economia. Na Alemanha, a reciclagem de lixo movimenta 70 bilhões de euros por ano.


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