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Enfermeiros e enfermeiras foram agredidos durante um ato silencioso nesta sexta-feira, 1º, organizado para homenagear profissionais da saúde, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (DF). O protesto foi feito em memória dos 55 colegas que já perderam a vida na linha de frente do combate ao novo coronavírus no Brasil.
Na manifestação a favor do isolamento social, o grupo segurava cruzes e usavam uma faixa preta no braço, em referência às mortes. No local, um homem vestido nas cores verde e amarelo, com uma camiseta que dizia “meu partido é o Brasil”, começou a filmar os profissionais.
Em seguida, ele dirigiu agressões verbais aos enfermeiros e ainda agrediu uma mulher fisicamente. Um vídeo feito por representantes do Sindicato de Enfermeiros (Sindenfermeiro-DF) mostra o momento da agressão. O homem a empurrou e bateu em sua cabeça.
🖤 PROTESTO
Neste Dia do Trabalho, profissionais da Enfermagem fizeram um protesto silencioso na Praça dos 3 Poderes, em Brasília, em memória dos 55 colegas que já perderam a vida na linha de frente do combate ao coronavírus no Brasil. Chega de perder vidas. pic.twitter.com/TL0NwdYGMw— Coren-DF (@Coren_DF) May 1, 2020
Em entrevista ao G1, a enfermeira agredida disse que ficou triste e se sentiu desvalorizada diante do ocorrido. “Os profissionais de saúde no mundo estão sendo aplaudidos, e no Brasil a gente apanha”, declarou.
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal divulgou uma nota de repúdio às agressões sofridas pela profissional, que, segundo a entidade, foram causadas por “apoiadores do Presidente da República”.
“As atitudes tomadas pelos apoiadores do governo vão ao encontro de ideologias fascistas e antidemocráticas. Infelizmente, são embasadas pelas atitudes do Presidente da República que diversas vezes debocha das consequências da pandemia, desconsidera todas as recomendações e diretrizes sobre a importância do isolamento social ao combate do novo coronavírus”, diz um trecho do comunicado.
Leia a íntegra da nota de repúdio:
“O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal vem por meio dessa nota repudiar agressões físicas e verbais que apoiadores do Presidente da República cometeram contra enfermeiras na manhã desta sexta-feira, dia 1º de maio, que participavam de um ato na Praça dos Três Poderes.
O ato tinha como objetivo chamar a atenção para a enfermagem nacional. O protesto tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria.
O Ato foi uma iniciativa da categoria, apoiada pelo Sindenfermeiro, uma vez que os diretores da entidade são enfermeiros e também estão na linha de frente. A organização se seu a partir dos próprios trabalhadores da enfermagem que estão na linha de frente contra o novo coronavírus.
As atitudes tomadas pelos apoiadores do governo vão ao encontro de ideologias fascistas e antidemocráticas. Infelizmente, são embasadas pelas atitudes do Presidente da República que diversas vezes debocha das consequências da pandemia, desconsidera todas as recomendações e diretrizes sobre a importância do isolamento social ao combate do novo coronavírus.
Hoje, no Brasil, são mais de 2,3 milhões de profissionais de Enfermagem, que estão na luta contra a Covid-19. Por isso, em respeito à vida da maioria da população e pensando na segurança dos milhares trabalhadores da saúde que superam o medo para salvar vidas, o SindEnfermeiro repudia, veementemente, as atitudes fascistas e antidemocráticas do grupo pró-governo, e ressalta a importância de a população seguir as recomendações da comunidade científica mundial de isolamento social.
O sindicato se orgulha das enfermeiras que resistiram às provocações do grupo bolsonarista. A enfermagem é feita de luta. O SindEnfermeiro reitera seu compromisso pela defesa das enfermeiras e enfermeiros, do Sistema Único de Saúde público e universal e da democracia acima de tudo e de todos.
E por fim, relembra #LuteComoUmaEnfermeira!”
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