Recentemente, Maisa Silva revelou em suas redes sociais sofrer de um distúrbio chamado paralisia do sono, que a tem deixado com medo de dormir. A experiência acontece quando a mente desperta durante o sono, mas o corpo não. Por isso, a pessoa percebe que não consegue se mexer, ou que não consegue abrir os olhos. Essa sensação, em geral, pode durar de 3 a 10 minutos.
Para entender como a paralisia do sono funciona, o médico neurologista Bruno Funchal, do Hospital Santa Paula, explica que é necessário conhecer primeiro os estágios do sono.
“O sono é composto por várias fases e, algumas delas, nas transições entre estar dormindo e estar acordado, a divisão não é muito clara. Na paralisia do sono, a gente tem uma interrupção do comando motor do corpo, então, as coisas passam pela cabeça, mas o corpo fica completamente atônito, com a musculatura totalmente relaxada. A consciência está presente, mas a ligação com o corpo ainda não voltou”, explica.
Segundo o médico, esse distúrbio acontece durante a fase mais profunda do sono, o chamado REM (Rapid Eye Moviment, em português, movimento rápido dos olhos), e tende a ocorrer com mais frequência quando estamos muito cansados ou dormindo pouco, o que faz com que essa transição do sono para o estado de vigília não seja tão fluida e automática.
A condição também é muito comum em quem sofre de narcolepsia, doença crônica que provoca sonolência excessiva diurna, fazendo com que a pessoa durma durante uma conversa ou até em pé. “Esse é o caso mais típico: paralisia do sono associada à narcolepsia, mas também acontece em outras situações. Às vezes, pode acontecer sem algum desencadeante, então, qualquer pessoa pode ter”, explica o neurologista.
Segundo ele, outros fatores, como ingestão alcoólica; ansiedade; depressão; transtorno de estresse pós-traumático e síndrome do pânico, fazem esse quadro ser mais frequente. Ainda de acordo com o médico, é no período da transição da adolescência para a fase jovem adulto – faixa etária da apresentadora Maisa – que isso tende a acontecer mais constantemente.
Há motivos para preocupação?
Apesar da sensação estranha, não há motivos para se preocupar na maioria das vezes, apenas se essa situação for muito recorrente e trouxer ansiedade muito extrema e medo. “Aí, a gente tende a tratar de uma forma mais específica”, afirma Funchal.
Tratamento
Em casos extremos de paralisia do sono, o tratamento envolve investigar a causa e tratá-la. “Envolve a psicoterapia, se tiver um quadro ansioso muito importante ou medicações que tratem o quadro de ansiedade ou depressivo. Além disso, é importante ter uma rotina de sono adequada, ter um horário certo para ir dormir e um horário certo para acordar”, conclui o neurologista.