Um grupo de cientistas da Universidade da Carolina do Norte e da Universidade Emory, nos Estados Unidos, descobriu como expulsar o HIV das células, permitindo que o sistema imune ou até mesmo medicamentos o encontrem e o destrua. O estudo foi feito em camundongos e macacos infectados e publicado na revista científica Nature.
Mais pesquisas são necessárias antes que os testes possam começar em humanos, mas este trabalho é considerado um passo significativo para o desenvolvimento de terapias curativas e eliminação do vírus do corpo.
Hoje, a terapia anti-retroviral usada em tratamentos não é capaz de eliminar o vírus do corpo. Mesmo quando os pacientes com HIV conseguem suprimir o HIV em níveis indetectáveis no sangue, o vírus segue lá em células do sistema imune chamadas linfócitos T CD4+. Quando a terapia anti-retroviral é interrompida, a carga viral aumenta no sangue. É por isso que a terapia antirretroviral precisa ser feita continuamente.
Como o experimento foi feito?
A pesquisa foi feita com camundongos infectados com HIV, que faziam uso da terapia anti-retroviral, e também com macacos rhesus, infectados com vírus da imunodeficiência símia (SIV), equivalente ao HIV humano.
Tanto nos macacos quanto nos roedores, a estratégia de retirar o HIV de seu esconderijo para depois matá-los funcionou. Os pesquisadores manifestam esperança de que essa tática possa se tornar um tratamento possível em humanos.
HIV no Brasil e no mundo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 37,9 milhões de pessoas vivem com o HIV em todo o mundo. Só no Brasil, são cerca de 900 mil pessoas diagnosticadas. Também há estimativa de que 135 mil brasileiros têm o vírus, mas ainda não sabem.
O boletim epidemiológico 2019, do Ministério da Saúde, aponta que a infecção por HIV/AIDS cresce mais entre os jovens, principalmente aqueles com idades entre 20 a 34 anos, faixa etária que representa 52,7% dos casos.
Apesar de ainda não haver cura para o HIV, existem remédios que reduzem bastante sua progressão. Eles são chamados de coquetéis antirretrovirais e são responsáveis pela queda no número de mortes em decorrência da infecção em todo o mundo.
Prevenção
Para se prevenir a infecção por HIV, é necessário o uso correto de camisinha em todas as relações sexuais. O SUS disponibiliza preservativos masculinos e femininos nas unidades de saúde do país.
No caso de violência sexual, é preciso comunicar às autoridades o quanto antes e ir a um hospital, de preferência especializado, para que possa ser ministrado os remédios de profilaxia de infecção pelo HIV ou outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Saiba mais aqui sobre outras formas de prevenção ao HIV.