O movimento antivacina, que espalha fake news sobre imunização contra várias doenças, ameaça a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo. Nas Filipinas, uma mãe perdeu dois filhos com sarampo por acreditar que os efeitos colaterais da vacina fariam mal à saúde deles.
O país asiático vive um surto da doença, com mais de 35 mil pessoas infectadas e quase 500 mortes desde o começo do ano.
Os filhos de Arlyn B. Calos morreram em um intervalo de uma semana. Em entrevista à BBC, a mulher disse sentir muita raiva por ter acreditado nas notícias falsas que lia na internet. “Nas notícias e até no Facebook diziam que muitas crianças morreram. Por isso, eu tinha medo de vaciná-los”, desabafou.
Acredita-se que boatos sobre uma nova vacina contra dengue, chamada Dengvaxia, teriam ligação com a origem do pânico nas Filipinas. Apesar de nada ligar a vacina à morte de crianças, alguns pais ficaram alarmados e, por isso, ignoraram a campanha de vacinação.
A volta do sarampo
Esse movimento antivacina tem sido o responsável por fazer doenças antes erradicadas voltarem a assombrar vários países. O Brasil, por exemplo, perdeu o certificado de eliminação do sarampo concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em fevereiro deste ano, após registrar mais de 10 mil casos em 2018. O surto aconteceu principalmente nos estados de Amazonas e Roraima.
Atualmente, o estado de São Paulo trabalha uma campanha de vacinação para tentar conter o surto. O último balanço divulgado pela pela Secretaria Estadual de Saúde registrava 633 casos. No estado, a campanha visa imunizar todas as pessoas com idades entre 15 e 29 anos, de forma indiscriminada. Saiba mais aqui.
Nesta semana, as autoridades sanitárias do Rio de Janeiro também entraram em alerta e orientaram a população a vacinar crianças a partir de 1 ano. Adultos de até 49 anos que não se vacinaram também devem procurem os postos municipais.
A vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente o ano todo para a população em todo o país. Só há contraindicação para gestantes e imunodeprimidos, como pessoas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes oncológicos.