A família do porteiro aposentado, primeira vítima confirmada do Brasil pelo novo coronavírus, só ficou sabendo da causa da morte dele pelas notícias da televisão. Em entrevista ao UOL, Maria da Graça Freitas, de 53 anos, irmã da vítima, revelou que sua mãe sequer conseguiu comparecer ao velório do filho, e que faltava gente para segurar a alça do caixão.
Segundo Maria da Graça, o hospital não informou a família sobre a causa da morte. Ao UOL, ela contou que soube pela imprensa que o irmão Manoel Messias Freitas Filho, 62 anos, morreu de Covid-19. “Cheguei em casa depois que enterrei meu irmão e foi na televisão que vi a causa da morte. Falta de respeito e humanidade com a gente.”
Ninguém imaginou que poderia se tratar de coronavírus, disse Maria da Graça. Além de diabetes, o irmão tinha trombose e erisipela, um problema de pele. Como ele não se cuidava, a família pensou que pudesse se tratar de uma complicação desses problemas de saúde.
O primeiro sintoma da vítima foi dor nas pernas. Ele não apresentou tosse ou coriza. Ele procuro um hospital da rede Prevent Senior na terça-feira da semana passada e foi enviado de volta para casa. O quadro piorou e, no sábado, retornou à unidade de saúde com falta de ar. Maria da Graça disse que a respiração era curta e ofegante.
O porteiro foi internado na mesma hora, e já no dia seguinte os médicos disseram que os seus pulmões estavam comprometidos e que ele tinha risco de morte. Na segunda-feira, ele veio a óbito após uma parada cardíaca.
“A evolução da doença foi uma coisa muito rápida. O que eu queria alertar é que se cuidem, porque espalha muito rápido. Só tem que sair de casa por pura necessidade. Fiquem dentro de casa e lavem bem as mãos. A coisa está feia. Falo pela minha família.”, disse Maria da Graça.