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Fiocruz e OMS prometem acelerar tratamento do corona no Brasil

Em iniciativa internacional que visa estudar e testar medicamentos já existentes contra o coronavírus, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou uma série de ensaios clínicos em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com o objetivo de encontrar uma resposta eficaz para o tratamento do vírus, as novidades foram apresentadas durante coletiva transmitida na internet nesta sexta-feira, 27. O ocasião reuniu a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, da dirigente do Instituto Nacional de Infectologia (INI), Valdilea Veloso, e do subsecretário-geral de Saúde do estado do Rio, Roberto Pozzan.

Além da cloroquina, o período de testes avaliará outros três medicamentos: remdesivir, lopinavir + ritonavir e interferon 1-a. Todos já produzidos no Brasil – Bernardo Portella/Fiocruz

Uma das drogas testadas durante os ensaios clínicos será a cloroquina e sua variação hidroxocloroquina. Indicadas pelo governo federal, ambas as fórmulas se tornaram alvo de polêmicas por conta de sua real eficácia. Assim, os estudos descobrirão se as drogas são, de fato, eficientes no combate a Covid-19. “(A recomendação se dá) fora do que está prescrito na bula do medicamento. Quando há doenças que podem ter consequências graves, para um determinado grupo de pacientes, é uma prática que se faz. Foi nesse âmbito que a cloroquina foi liberada (pelo governo) para a decisão de cada médico para cada paciente se o uso do remédio cabe ou não.”

Um risco chamado cloroquina

Automedicação de cloroquina tem motivado inúmeras mortes em países nos Estados Unidos e alguns países da África. Veloso alerta sobre o risco de aumento de mortes por esta razão. “É importante ter calma e aguardar a evidência científica sobre qual ou quais medicamentos são eficazes para tratar essa doença. Se usarmos os medicamentos de forma aleatória, sem comprovação da evidência, podemos ter muitas mortes por conta disso.”

Outros medicamentos

Além da cloroquina, o período de testes avaliará outros três medicamentos: remdesivir, lopinavir + ritonavir e interferon 1-a. Todos já produzidos no Brasil.

Os ensaios realizados em 12 centros no Rio de Janeiro, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como no Distrito Federal.

Resultados mais rápidos

Diferente de outros métodos, este processo se dá pelo formato adaptativo, que consiste em descartar medicamentos comprovadamente ineficientes e manter aqueles que apresentem resultados positivos.  E justamente pela rapidez no processo pode ser fundamental na escolha de um tratamento definitivo para a doença no Brasil. “Essa cooperação global, na qual vários países farão o mesmo estudo incluindo o maior número possível de participantes, é justamente para que a resposta possa vir no período mais curto possível. Não podemos agora determinar quando a resposta virá, mas nesse estudo adaptativo podemos conseguir respostas ao longo do tempo.”

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