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Fotógrafos transformam suas casas em câmeras para retratar a vida em tempos quarentena

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A história da fotografia está diretamente relacionada ao ponto de vista de uma janela. Foi a partir dela que, em 1826, o Niepce fez a primeira fotografia da história. Oito horas de exposição, ali, desde o ponto de vista da janela da casa dele no interior da França!

Muito além da fotografia, ao longo de toda história da arte, a janela como ponto de vista é um motivo recorrente entre os pintores, retratistas, cineastas e artistas visuais de uma maneira geral. “Da Menina na Janela”, do Salvador Dalí, à “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock.

Crédito: Bruno Alencastro/DivulgaçãoBruno Alencastro e sua esposa Greyce Vargas em pose para o ensaio sobre a quarentena

Um lugar que passa a ser ressignificado por diferentes artistas contemporâneos ao redor do mundo em tempos de covid-19. Nos dias de hoje, a janela passa a representar a fronteira e o abismo entre o mundo exterior e o interior. A liberdade e o confinamento.

“Como fotógrafo, eu também queria fazer o meu ensaio durante a quarentena, mas nenhuma ideia me parecia original. E foi nesse momento de pausa, em que a gente tem recorrido ao passado em busca de respostas para quando tudo isso passar, que eu tive um estalo: o princípio da câmera obscura! Ou seja: uma caixa ou uma sala completamente escura e com uma pequena entrada de luz projeta, na parte oposta a essa abertura, uma imagem invertida da cena externa”, explica o fotógrafo Bruno Alencastro.

Crédito: Leonardo Savaris/DivulgaçãoFoto de Leonardo Savaris de Novo Hamburgo (RS)

Inspirado por tudo isso, ele isolou completamente as entradas de luzes do apartamento onde mora no 4º andar de um prédio no bairro Copacabana, no Rio de Janeiro, e fez um primeiro teste. “Até meu cachorro ficou parado por 4 segundos para que eu conseguisse uma exposição equilibrada entre o escuro da minha sala e a projeção do mundo lá fora!”, brinca.

Eveline Medeiros, de Cachoeirinha (RS)Eveline Medeiros/Divulgação

Caroline Muller, de São Leopoldo (RS)Caroline Muller/Divulgação

Guilherme Santos, de Porto Alegre (RS)Guilherme Santos /Divulgação

Felipe Martini, do Rio de Janeiro (RJ)Felipe MartiniDivulgação

Eduardo Seidl, do Rio de Janeiro (RJ)Eduardo Seidl/Divulgação

Josué Braun, de Feliz (RS)Josué Braun/Divulgação

Mathias Rocha, de Três Coroas (RS)Pedro Rocha/Divulgação

Ricardo Wolffenbutel, de Florianópolis (SC)Ricardo Wolffenbutel/Divulgação

Rodrigo Blum, de São Leopoldo (RS)Rodrigo Blum/Divulgação

Ursula Jahn, de Montenegro (RS)Ursula Jahn/Divulgação

Na impossibilidade de produzir outras imagens confinado, Alencastro convidou outros fotógrafos que aceitaram transformar suas casas em câmeras obscuras de grande formato e capturaram a vida em tempos da pandemia. Cada qual com a sua singularidade. Conquistas e perdas. Anseios e privilégios. Medos e esperanças.

Crédito: Beatriz Grieco/DivulgaçãoA estudante de cinema Beatriz Grieco em sua casa em Niterói (RJ)

“A partir de videochamadas e conversas pelo WhatsApp, eu fui dando dicas para eles de como chegar ao melhor resultado técnico e também do que eu gostaria que cada fotografia retratasse. Um deles estava de aniversário, então sugeri que ele segurasse uma vela para simbolizar essa situação inédita na sua vida: passar um aniversário sozinho”, conta Alencastro.

O resultado é o ensaio obs-cu-ra, caracterizado por uma atmosfera sombria e enigmática, tal como o indecifrável futuro que ninguém sabe ao certo como será. “Simbolicamente, o que vemos projetado é um mundo de cabeça para baixo, tal como o caos que acompanhamos ao redor do mundo”, reflete o fotógrafo.


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