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Estudo aponta mudança climática como principal razão para a morte dos corais. Ecossistema localizado na Austrália pode perder a capacidade de se recuperar do aquecimento, alertam cientistas.
Cerca de 50% dos corais da Grande Barreira de Corais da Austrália morreram nos últimos 25 anos, afirmou um estudo publicado nesta quarta-feira (14/10) na revista britânica Proceedings of the Royal Society Journal.
A perda foi atribuída sobretudo ao branqueamento dos corais causado pelas mudanças climáticas, um fenômeno que ameaça a própria capacidade de recuperação do vasto recife, listado como Patrimônio Mundial.
A equipe de cientistas encontrou uma queda alarmante no número de corais de todos os tamanhos desde meados da década de 1990. “O declínio ocorreu tanto em águas rasas quanto em profundas, e em praticamente todas as espécies, mas especialmente em corais ramificados e tabulares”, disse Terry Hughes, professor da Universidade James Cook e coautor do estudo.
De acordo com Hughes, esses corais foram os mais afetados pelas temperaturas recordes que desencadearam um branqueamento em massa nos anos de 2016 e 2017. Tal processo é provocado pelo aquecimento dos oceanos, que acaba estressando os corais saudáveis e fazendo com que eles expulsem algas – perdendo assim suas cores vibrantes.
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Um dos receios dos pesquisadores é que a menor quantidade de grandes corais reprodutores afete a capacidade de recuperação da Grande Barreira de Corais. “Uma população de corais vibrantes tem milhões de corais bebês pequenos, assim como muitos corais grandes – as grandes mamães que produzem a maioria das larvas”, explica.
“Nossos resultados mostram que a capacidade da Grande Barreira de Corais de se recuperar – sua resiliência – está comprometida em comparação com o passado, porque há menos bebês e menos adultos reprodutores de grande porte”, acrescentou.
Os autores do estudo chamaram atenção para as mudanças climáticas, que estariam destruindo irreversivelmente o ecossistema subaquático. Eles avaliam que só uma redução imediata de emissões de gases do efeito estufa seria capaz de salvar os corais.
“Para as espécies de crescimento mais rápido, leva cerca de uma década para uma recuperação decente. Mas a chance de termos décadas entre os futuros eventos de branqueamento é quase zero, porque as temperaturas estão subindo cada vez mais,” alerta Hughes.
Com 2.300 quilômetros de extensão, a Grande Barreira de Corais é o ecossistema de recife de corais mais extenso do mundo e o habitat natural de diversas espécies ameaçadas, como o dugongo e a grande tartaruga verde.
No período analisado, o recife australiano também foi afetado por vários ciclones e duas eclosões de coroas-de-espinhos, espécie de equinoderme pertencente à classe das estrelas-do-mar que se alimenta do coral.
IP/afp/rts/dpa/ots
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