Um estudo divulgado em julho pela American Heart Association, uma espécie de associação cardíaca dos Estados Unidos, apontou que problemas de saúde bucal podem estar na origem de muitos males cardíacos. Segundo a pesquisa, problemas cardiovasculares como aterosclerose (artérias entupidas) e acidente vascular cerebral (AVC), muitas vezes, são ligados a inflamações provocadas por bactérias bucais.
O estudo é mais um elemento a comprovar o que profissionais da área da saúde já defendem com unhas e dentes: uma boa saúde geral começa pela boca. Além do impacto dos alimentos e das bebidas que ingerimos em nosso dia a dia, nosso organismo torna-se mais vulnerável a infecções e outros problemas à medida em que negligenciamos questões como a higiene bucal e os cuidados com as gengivas e a língua.
“Às vezes, o paciente tem gengivite e periodontite, com bactérias que vão se alojar na parte cardíaca”, explica Edmilson Pelarigo, diretor clínico da OrthoDontic. “Essas doenças, quando em estágio avançado, acabam resultando em problemas para o coração, devido ao fato de a inflamação acabar indo se alojar em válvulas cardíacas”.
Segundo Pelarigo, além da ingestão de alimentos com pouco açúcar e gordura e sem doses exageradas de elementos como sódio, visitas periódicas ao dentista – de preferência, a cada seis meses – garantem o correto acompanhamento da saúde bucal e evitam efeitos que podem decorrer de problemas nos dentes e nas gengivas. “Muitas pessoas chegam ao nosso consultório acusando dores de cabeça, dores cervicais e até na coluna, provocadas por mordida errada, a chamada mordida cruzada”, exemplifica. “É muito comum um problema bucal irradiar dores para outros lugares do corpo”.
Em outros casos, ocorre o contrário: problemas causados em outras partes do corpo repercutem na boca. São os casos do bruxismo, geralmente gerado pela ansiedade excessiva, e a afta, resultante da acidez demasiada no estômago. “Se você olhar a boca de um paciente, você consegue saber se ele é depressivo, se é ansioso. Só de olhar, já se consegue fazer um diagnóstico”, afirma Pelarigo. “Temos que olhar o paciente como um todo, tentando descobrir a causa do problema para podermos orientar o melhor tratamento.”
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