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por Instituto Socioambiental –
Projeto vencedor promove uma aliança entre governo e sociedade civil contra a pandemia e executa planos emergenciais ao lado de parceiros indígenas, quilombolas e ribeirinho
O Instituto Socioambiental (ISA) é o vencedor do Prêmio de Direitos Humanos da União Europeia 2020 com o projeto “Planos emergenciais de combate à pandemia de Covid-19 ao lado de indígenas, quilombolas, ribeirinhos”.
O objetivo do prêmio, lançado pela Delegação da União Europeia no Brasil, é “reconhecer, incentivar e dar visibilidade a um projeto emblemático em andamento realizado por uma Organização da Sociedade Civil (OSC) brasileira, com foco na proteção e defesa dos direitos dos grupos vulneráveis mais atingidos pela pandemia e seus efeitos colaterais.”
Menções honrosas
As menções honrosas do Prêmio de Direitos Humanos da União Europeia 2020 ficaram com o Solar Meninos de Luz, que promove educação integral, cultura, esportes, cuidados básicos e assistência social às famílias do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, no Rio de Janeiro, e com a Habitat para a Humanidade Brasil, que faz parte da rede internacional Habitat for Humanity que tem como causa a eliminação de todas as formas inadequadas de moradia.
Para Ignacio Ybáñez, embaixador da União Europeia no Brasil, foi “uma honra” ter entregado o prêmio ao ISA pelo projeto, “que abarcou vários estados brasileiros como São Paulo, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Roraima”.
“Pudemos ouvir os testemunhos dos vencedores e foi uma lição de solidariedade e compromisso com a promoção dos direitos humanos. Parabéns e acima de tudo obrigado pelo seu exemplo!”, afirmou Ybáñez em uma rede social.
De luto e na luta pela dignidade e por direitos, o ISA mudou sua forma de trabalhar assim que a pandemia da Covid-19 se instalou no Brasil, em sintonia com orientações das autoridades sanitárias brasileiras e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Imediatamente, o ISA começou a elaborar e executar planos emergenciais para atender urgências enfrentadas por seus parceiros históricos: as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas que vivem e protegem seus territórios no Vale do Ribeira (SP), no Xingu (MT e PA) e no Rio Negro (AM e RR).
A atuação emergencial do ISA foi inteiramente realizada em rede com articulação remota, envolvendo mais de 25 parceiros financiadores e 45 parceiros de execução nos territórios, entre associações locais, outras ONGs, universidades e órgãos governamentais municipais, estaduais e federais.
Conheça no detalhe as linhas de ação do ISA no combate à Covid-19 no site: emergenciacovid.socioambiental.org/
O ISA endereçou um dos principais desafios da atuação com povos indígenas e comunidades tradicionais: a falta de acesso a serviços de saúde em áreas remotas.
É a primeira vez em que o ISA atua em uma emergência humanitária. Até agora foram impactadas quase 70 mil pessoas em cinco territórios distintos que, somados, totalizam mais de 50 milhões de hectares de floresta – área equivalente à Espanha.
“Orientar nossas ações olhando para as reais necessidades é um princípio que o ISA não abre mão. Estamos falando de cuidar da vida das pessoas. Esse prêmio reconhece essa forma de atuar e nos dá mais força para continuar lutando, já que a situação segue se agravando a cada dia”, afirmou Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do ISA.
Por dignidade e pelo direito à vida
Os planos emergenciais foram divididos em quatro frentes de atuação para garantir o direito à informação, o direito à saúde e à vida, e o direito à alimentação e à renda.
Uma catástrofe humanitária por si só, a pandemia foi agravada pela desinformação. Por isso, o ISA e seus parceiros criaram estratégias de comunicação para ofertar informações fidedignas sobre a pandemia respeitando as especificidades das populações, como áudios de WhatsApp, cartilhas impressas, rádios comunitárias e caminhões de som, com materiais nas línguas faladas nas comunidades.
Ao mesmo tempo, o ISA criou com o apoio de parceiros dois sites de monitoramento do avanço da Covid-19 com cruzamento de dados do governo e fontes locais para superar o impasse da falta de informações sobre a doença.
Acesse a versão com dados sobre a situação indígena: https://covid19.socioambiental.org/
Acesse a versão com dados sobre a situação quilombola: https://quilombosemcovid19.org/
Para contornar a dificuldade de acesso à saúde pública, o ISA desenvolveu a infraestrutura necessária para atendimento médico à distância com o uso da internet e contribuiu com a construção e a equipagem das “enfermarias de campanha” – ou UAPIs (Unidades de Atenção Primária Indígenas), fornecendo de geradores a equipamentos de proteção individual, bem como cilindros, concentradores de oxigênio e testes rápidos.
Em outra frente de trabalho, a continuidade da economia da floresta em pé nos territórios foi essencial para que indígenas, ribeirinhos e quilombolas pudessem permanecer em isolamento, com geração de renda e segurança alimentar, para protelar ao máximo a entrada do coronavírus em suas comunidades.
Ao mesmo tempo, produtos da floresta ajudaram a alimentar as cidades durante a pandemia. Alimentos sem agrotóxicos, com alto potencial nutritivo, fruto do trabalho do extrativismo e das roças dos parceiros, chegaram a famílias vulneráveis em contexto rural e urbano.
De forma complementar, também foram distribuídos utensílios para atividades produtivas das comunidades, como pesca e beneficiamento de produtos da floresta, e itens de higiene, como álcool em gel, máscaras e água sanitária.
O trabalho e as ações emergenciais contra a pandemia da Covid-19 continuam em 2021, de acordo com as necessidades dos parceiros do ISA e sempre em defesa de seus direitos.
(ISA/#Envolverde)
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