Joanes Ribas fala sobre o aumento na produção do lixo eletrônico e o descarte correto desses resíduos
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Por Beatriz Mirelle, da Redação* –
Diretora de sustentabilidade da Vivo comenta sobre a atuação do programa de reciclagem da empresa
O Diálogos Envolverde da última quinta-feira (24) teve a presença de Joanes Ribas, diretora de sustentabilidade da Vivo. Ela contou sobre o programa “Recicle com a Vivo” e a preocupação da empresa com o destino final de resíduos eletrônicos. Na conversa com Dal Marcondes e Reinaldo Canto, também ressaltou o aumento da preocupação do consumidor com a procedência e o descarte sustentável dos produtos que adquire.
Joanes relata que o projeto da companhia foi criado em 2006 com uma proposta de coleta, triagem, processamento, separação e reciclagem de celulares, fones de ouvido, carregadores e acessórios. A diretora, MBA em Gestão Estratégica, expõe que o objetivo da ação é estimular toda a sociedade a desapegar e enviar esses produtos para o local correto.
“As pessoas guardam em casa porque não sabem onde descartá-lo. Pelo menos eles engavetam, seria bem pior se destinassem ao lugar errado do meio ambiente”, aponta. Dessa forma, a executiva diz ser imprescindível a atenção com esse tema, sendo preciso refletir sobre qual é a responsabilidade de cada um quando adquire um smartphone, por exemplo. De acordo com o site da Vivo Sustentável, desde o início do projeto, a campanha já recolheu 5 milhões de itens de lixo eletrônico em todo o país, correspondendo a 111 toneladas de resíduo.
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No processo de divisão, os materiais descartados são classificados como plásticos, metais nobres, baterias e displays, sucatas ferrosas e não ferrosas (como alumínio e cobre) e resíduos de cabo. Com isso, o Recicle recebe apoio da GM&C, indústria parceira na reciclagem dos smartphones. “Eles investem em alta tecnologia para separar todos os componentes do produto. Na triagem, os metais mais nobres são enviados para a Bélgica. Assim, eles voltam para a produção de novos aparelhos celulares”. Já os outros materiais são devolvidos para a indústria, explica a diretora.
Acúmulo de E-lixo
O relatório Global E-Waste Monitor 2020 destaca que, em 2019, foram acumuladas 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico no mundo. Apesar disso, somente 17,4% desse total foi reciclado. Joanes faz um alerta sobre a baixa quantia reciclada globalmente. “Se projetarmos isso para o futuro, o volume desse consumo será muito maior”.
Ela analisa que a troca contínua de eletrônicos a partir da demanda de inovação do mercado contribui ainda mais para esses índices. “Se você cuidar, o aparelho pode ter uma vida útil alta. Mesmo assim, não esperamos 10 anos para trocar de celular”, diz. Na opinião da diretora, a mudança é feita se precisamos de um processador mais rápido, ou um sistema mais eficiente. “O produto continua circulando e isso contribui para efeitos lentos, mas significativos”, cita.
Ouça: Podcast Momento Envolverde
Joanes entende que o consumo está recebendo uma atenção diferenciada durante a pandemia da Covid-19 e esse período trouxe uma reflexão sobre a origem do produto, o impacto que ele tem e o destino final após o descarte. “Acredito que boa parte da sociedade está olhando com uma criticidade maior, que antes talvez não havia. As pessoas estão mais tempo em casa e, consequentemente, contratando mais serviços, comprando fones de ouvido e computadores melhores”.
Para ela, a falta de debate neste momento pode gerar grandes sequelas. “O boom de descarte desses resíduos acontecerá daqui cinco anos, quando tudo ficará obsoleto. Mas acredito que a sociedade vai começar a pressionar o setor privado sobre o destino correto”.
Campanhas e debates
A diretora compreende que as empresas devem estar cada vez mais preparadas para atender às novas demandas, visando a proteção do meio ambiente. “Nossos resíduos são de alto valor. As tecnologias estão se modificando e acho que no futuro teremos aparelhos mais sustentáveis. Essa é a grande palavra”, expôs. Além disso, disse ser fundamental a seleção de catadores direcionados apenas ao recolhimento do lixo eletrônico.
Para Joanes, os veículos de comunicação têm maior visibilidade para as campanhas, entretanto a mobilização precisa ser feita constantemente, independentemente dessa aparição nas mídias. “Em todas as lojas Vivo há pontos para estimular o cliente ao descarte correto e ecológico”.
Sobre a notoriedade dos debates, é nítida a queda de interesse do público quando essa pauta não é tão abordada pela imprensa. “Isso é fato e uma questão cultural. Devemos investir em processos educativos para instigar o interesse com essa causa”. Dessa forma, a diretora frisa que o obstáculo não envolve apenas os resíduos eletrônicos, mas do estimulo a reciclagem no geral.
Assista: Reportagem sobre lixo eletrônico
Diálogos Envolverde
Basta acessar o Facebook ou YouTube da Agência Envolverde para ter acesso a essa entrevista na íntegra. Nesses canais também é possível conferir outras lives do Diálogos Envolverde. Esse programa é exibido toda quinta-feira, às 11h, tendo como principal pauta a questão socioambiental. Na próxima sexta-feira (02), às 16h, haverá uma live extra com o jornalista Juca Kfouri em uma conversa sobre alienação e engajamento no esporte.
*Conteúdo multimidiático produzido por estudantes de Jornalismo Presencial da Universidade Metodista de São Paulo, sob a supervisão dos professores Alexandra Gonsalez, Eloiza de Oliveira Frederico, Filomena Salemme e Wesley Elago.
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