Sempre escuto no consultório, de pacientes que ainda não passaram em consulta comigo, queixas como: “tenho cistos no ovários”, “tenho ovários policísticos”, “tomo pílula por causa do cisto”. Pois bem, meninas, saibam uma coisa: ter cisto no ovário faz parte da vida da mulher! Portanto, não sofram! E vou explicar o porquê.
Antes de tudo, vamos entender um pouco melhor os ovários.
Eles são órgãos fundamentais para o dia a dia de uma mulher, responsáveis por produzir hormônios que vão nortear suas funções femininas e guardar os ovinhos – os óvulos – para engravidar. A mulher já nasce com a quantidade de óvulos definida para a vida toda e na puberdade conta com um número entre 300 e 500 mil deles.
A cada mês, o organismo escolhe um desses óvulos para crescer e sair do ovário, na tentativa de encontrar o espermatozoide e gerar uma nova vida. Esse processo leva um ciclo todo e, se não der certo, a mulher menstrua.
A história é linda, mas quando você vai fazer um ultrassom, um pesadelo pode surgir.
Isso porque esse óvulo, que cresce, é um cisto na imagem que aparece na nossa tela. Para a gente, que faz o exame, parece uma bolinha com água dentro. Um cisto simples! Completamente benigno e que vai desaparecer em alguns dias. Só que algo tão inocente acaba virando um pesadelo quando vocês não são corretamente informadas, correm para a internet para descobrir o significado do resultado e pronto, passam a acreditar que têm cistos no ovários, ovários policísticos, enfim.
O susto é ainda maior quando uma paciente jovem vai fazer esse exame e, exatamente por ser jovem, tem muitos ovinhos nos ovários. Consequentemente, muitos cistos, pequenos, também benignos – o tal do ovário (micro)policístico. E ainda bem que eles estão lá, porque eles vão te ajudar a engravidar (caso seja a sua vontade, claro).
Mas por que então tanto tabu e medo quando se fala nisso?
Continue lendo aqui: Não brigue com o cisto do seu ovário
Texto escrito pelo Dr. Rodrigo Ferrarese e publicado no Superela.