“Era outubro de 2018 e eu não estava nem um pouco interessada no famoso Outubro Rosa, estava ocupada, muito ocupada. Meu namorado escolheu esse mês para começar a me alertar sobre uma bolinha que eu tinha no seio direito. Como eu havia colocado prótese de silicone fazia só um ano, disse pra ele: ‘desencanas meu médico disse que é só um cisto’”, lembra a jovem empresária catarinense Lays Silva, que – na época – tinha 29 anos.
Seis meses depois, e após muita insistência do namorado, ela passou por um ginecologista e um mastologista, fez uma série de exames, ultrassom, mamografia, ressonância, biópsia e recebeu o diagnóstico: Carcinoma Ductal Invasivo, grau ll – HER2 positivo, um dos tipos mais comuns de câncer de mama.
A doença que atinge principalmente as mulheres (apenas 1% dos pacientes é do sexo masculino), manifesta-se em diferentes idades. Embora exista uma preocupação maior com a prevenção a partir dos 40 anos, quando a mamografia passa a ser um exame de necessidade anual, o câncer de mama pode chegar mais cedo, como foi o caso de Lays.
De acordo com os médicos, apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) considerar de risco a faixa etária a partir dos 50, é cada vez mais comum mulheres que descobrem a doença antes dos 30 anos. Isso acontece porque a câncer de mama tem relação direta com o desenvolvimento da glândula mamária, que começa a crescer logo após a primeira menstruação, por isso, pode aparecer mais cedo.
É errado acreditar que nunca pode acontecer com a gente
Falar de câncer, às vezes, soa como algo distante, pelo menos para quem nunca teve a doença ou não vivenciou a experiência com um parente próximo. Porém, os números servem de alerta, especialmente quando falamos sobre o câncer de mama, o segundo mais comum no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
No país, as estimativas apontam quase 60 mil novos casos por ano. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, uma em cada 12 mulheres receberá o diagnóstico de tumor nas mamas.
Por ser uma doença que mexe com a autoestima e envolve muitas incertezas, é comum pacientes que prefiram se resguardar. Por outro lado, outras entendem que esse é justamente o momento de assumir a luta, alertar e servir de inspiração e força para tantas outras mulheres.
E foi justamente diante de tantas incertezas e inseguranças que Lays achou refúgio nas redes sociais. Foi lá que ela buscou pessoas que estavam passando pelo mesmo que ela e também revelou aos amigos sua nova rotina de consultas, exames e quimioterapia.
Hoje, prestes a terminar a primeira fase do protocolo de tratamento, de 4 quimioterapias vermelhas, a empresária demonstra muita positividade ao falar da doença e alertar outras mulheres. “Estou conhecendo muitas pessoas que passam pelo mesmo que eu, e recebo muitas mensagens de meninas que acabaram de descobrir e, depois de me acompanhar um pouco, dizem se sentir menos despreparadas”. “Enquanto me curo sou instrumento de cura”, acredita.
Cabelo vai e a força vem
Depois do diagnóstico, o momento mais dramático para as mulheres, em especial, é quando o cabelo começa a cair. Ter que raspar a cabeça mexe com autoestima e fragiliza emocionalmente. E não foi diferente com Lays, que descreveu esse momento como um dos piores.
E para enfrentar esse medo, ela convocou amigos para estarem presentes, escolheu a trilha sonora e, com leveza, foi observando, cada fio de cabelo que caia. Quando acabou, ela diz que se sentia invencível. “Pensei ser Sansão, que sem cabelos perdia a força, mas foi o contrário! E na verdade, é só cabelo! E na verdade, cabelo cresce”, escreveu em uma publicação no Instagram, logo após raspar a cabeça.
De cabelo raspado, com ou sem lenço enrolado na cabeça, ela diz que mergulhou nela mesma e se redescobriu. “A careca me caiu bem. Não houve falta de identidade, houve mais identificação comigo mesma”, explica.
Não é o fim
Ter o diagnóstico em mãos não significa o fim. A doença é tratável e, quando descoberta precocemente, as chances de cura chegam a 95%.
No caso de Lays, o alerta do namorado foi fundamental para que ela procurasse ajuda médica. “O câncer não é uma sentença, o câncer foi meu recomeço. Não foi um chamado pela dor, foi por amor. Resgatei minha essência e minha espiritualidade. O que eu cresci nos últimos três meses eu não havia crescido nos últimos 30 anos”, afirma.
Outubro Rosa
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é uma campanha que tem o objetivo de fortalecer as recomendações para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de mama e desmistificar conceitos em relação à doença.
Durante todo o mês de outubro, em todo o mundo, acontecem eventos, com debates, apresentações educativas sobre o tema e mutirões de mamografia. Informe-se sobre essas ações na sua cidade.
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