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Por Natasha Olsen, ClimaInfo –
Bicicleta, patinete, moto, carro e transportes públicos foram avaliados considerando toda a cadeia de valor
Um estudo desenvolvido pela Fundação Espaço ECO e pelo Instituto Akatu busca entender o impacto da mobilidade urbana a partir das condições brasileiras. A pesquisa usou a metodologia de Análise de Ciclo de Vida (ACV) para analisar os diferentes meios de transporte usados nas cidades em toda a cadeia: produção do equipamento, transporte em toda cadeia, uso, manutenção e descarte.
A cidade de São Paulo foi escolhida como foco, graças à diversidade de alternativas de modais e hábitos de consumo da população, além do acesso a bases de dados existentes e secundários para reunir as informações que permitiram as análises.
“O objetivo foi compreender e medir os impactos ambientais de produtos e processos. Assim, traduzimos a sustentabilidade para o dia a dia das pessoas”, comenta Rodolfo Viana, diretor-presidente da Fundação Espaço ECO.
“Com esse estudo, indicamos caminhos para o consumidor diminuir o impacto ambiental de seu deslocamento como, por exemplo, a partir do compartilhamento de modais, utilização de combustíveis renováveis, realização de manutenções periódicas no equipamento, cuidado e descarte corretos dos equipamentos e peças e a priorização do uso do transporte público. Em cima disso, dentro de suas rotinas, os consumidores podem encaixar essas sugestões para melhorar o impacto ambiental da mobilidade urbana”, destaca Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.
Prós e contras de cada modal
Na pesquisa com base na ACV, é considerado o desempenho ambiental de cada alternativa de transporte, sem considerar outros fatores na escolha do consumidor, como o econômico, o social, a conveniência, o conforto e a segurança. Os principais meios de transporte estudados foram a bicicleta, o patinete elétrico, motocicleta, carro, ônibus e metrô.
Cada um apresenta maior impacto ambiental em alguma parte do processo, seja na produção, devido aos materiais usados na base, ou no uso devido à queima de combustíveis fósseis, como também na manutenção ou descarte.
A bicicleta, por exemplo, é um meio de transporte que não utiliza combustível para locomoção, mas a sua produção envolve materiais como o aço e alumínio, que geram impactos significativos. Se houver uma destinação correta ao fim da vida útil da bicicleta, com a venda de peças em bom estado e a reciclagem dos materiais, o consumidor consegue reduzir significativamente o impacto ambiental, pois evita a extração de novos recursos naturais.
As motocicletas e os carros geram maior impacto no uso e manutenção, devido à utilização de gasolina como combustível, cuja queima libera CO2, gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global e gera material particulado, responsável por fenômenos com a chuva ácida. Se a moto ou o carro permitir, o uso de combustíveis renováveis (como o álcool) é a melhor alternativa para reduzir os impactos: ao substituir a gasolina pelo etanol produzido a partir da cana de açúcar em um carro, é possível reduzir pelo menos 25% das emissões de CO2 na atmosfera.
Também é importante realizar manutenções regulares no carro ou na moto para se ter um melhor rendimento e eficiência no consumo do combustível, assim como privilegiar o uso compartilhado, o que significa compartilhar também o impacto ambiental, diminuindo a carga individual.
Os transportes coletivos, como ônibus e metrô, sendo um serviço público, circulam independentemente de quantos passageiros carregam. Como o ajuste de rotas para melhor distribuir o número de passageiros é um processo complexo e o poder de decisão individual em horários alternativos é limitado, a recomendação é que os consumidores optem pelos transportes públicos para tornar seu uso melhor aproveitado, diminuindo a carga ambiental individual e evitando emissões de gases poluentes de veículos privados.
Um novo modal que ganhou as avenidas de algumas capitais foi o patinete elétrico, meio de transporte que costuma ser utilizado para curtas distâncias. Neste caso, o impacto ambiental se concentra na produção, especialmente devido à bateria de lítio, que tem uma carga de impacto muito expressiva.
A comparação entre os usos individual e compartilhado apresenta diferenças a favor do individual, desde que feito um uso frequente. O principal cuidado por parte do consumidor para diminuir os impactos ambientais deve ser o aumento da vida útil da bateria de lítio: para isso, ela não deve ser carregada acima de 80% da carga máxima ou descarregada abaixo de 20%.
Também é importante destinar corretamente o patinete ao final de sua vida útil, vendendo ou reciclando peças. Já no uso compartilhado, foi identificado uma diminuição da vida útil do patinete de até 50%, principalmente por falta de cuidado no uso. Portanto, o consumidor pode mudar este cenário cuidando dos equipamentos para que atendam a mais pessoas por mais tempo, diminuindo a carga ambiental individual.
“O ESTUDO BUSCA AJUDAR A POPULAÇÃO A FAZER ESCOLHAS
CONSCIENTES E CONHECER MELHOR OS IMPACTOS AMBIENTAIS
DOS PRINCIPAIS MEIOS DE TRANSPORTE UTILIZADOS.”
Rodolfo Viana, diretor-presidente da Fundação Espaço ECO.
É importante lembrar que a pesquisa não considerou as variáveis inseridas pela pandemia e considerou as bases de informações referentes ao ano de 2019.
Veja quais são as recomendações para aos consumidores que buscam opções mais sustentáveis de transporte:
- Compartilhar os modais;
- Utilizar combustíveis renováveis;
- Cuidar do equipamento durante o uso;
- Fazer manutenções periódicas;
- Descartar corretamente os equipamentos e peças ao fim da vida útil;
- Privilegiar o uso do transporte público.
Para acessar o estudo completo, clique AQUI.
#Envolverde
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Fonte