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Pesquisa com impacto social terá investimento de R$ 100 milhões

A iniciativa, que visa apoiar a criação de Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas em São Paulo (NPOP-SP), foi anunciada em cerimônia realizada na sede da Fundação, com a presença do governador João Doria e da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.

“É uma obrigação para um governo responsável apoiar a pesquisa e a inovação. Essa soma de forças é fundamental para um Estado que lidera o Brasil”, disse Doria.

Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp, destacou que quase 50% da produção científica brasileira é feita em São Paulo – a única unidade da Federação em que os investimentos do setor privado em ciência e tecnologia superam os do setor público e também onde há mais pesquisadores atuando em empresas do que no setor acadêmico.

“O fortalecimento da pesquisa acadêmica tradicional, da qual o Estado tanto se orgulha, é acompanhado do sucesso crescente de programas com perfil mais tecnológico e de inovação. Não há competição, apenas complementaridade. Este novo programa é um convite para que institutos de pesquisa, universidades, empresas e órgãos governamentais se associem para ampliar as oportunidades de desenvolvimento do nosso Estado”, disse. A chamada prevê apoio de longo prazo aos projetos selecionados, em um modelo de cofinanciamento.

“Entendemos que há necessidade de associar as universidades e os institutos de pesquisa públicos e privados com as empresas, os órgãos do governo ou do terceiro setor – que são as instituições com capacidade de aplicar os resultados dos projetos, seja para aumentar a competitividade econômica ou para elaborar leis e políticas públicas que vão melhorar a qualidade de vida do cidadão”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

A iniciativa deverá mobilizar cerca de R$ 400 milhões nos próximos cinco anos. A Fapesp destinará um total de R$ 100 milhões aos projetos aprovados e espera-se que as entidades parceiras – empresas, ONGs ou órgãos governamentais – invistam pelo menos um valor equivalente. Já as instituições-sede dos projetos deverão aplicar outros R$ 200 milhões como contrapartida econômica.

“Nossa estratégia tem sido mobilizar recursos adicionais, para que o governo não tenha de fazer todo o investimento. Estamos também fazendo um esforço para conectar os projetos de pesquisa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [coleção de 17 metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas para 2030]. Os tópicos incluídos no edital têm relação com pelo menos 14 dos 17 objetivos propostos”, disse Brito Cruz.

Entre as áreas de interesse da chamada Ciência para o Desenvolvimento estão Agricultura, Saúde, Cidades Inteligentes, Manufatura Avançada, Energia para o Desenvolvimento, Redução da Desigualdade e Conservação Ambiental e Sustentabilidade, com uma série de subtemas especificados no texto.

Doria destacou duas que vão ao encontro das prioridades do governo de São Paulo: Cidades Inteligentes (com foco em segurança pública) e Redução da Desigualdade (com foco na geração de empregos).

“O ideal é que a inteligência aplicada à segurança pública previna o crime e permita a ação policial planejada, eficiente e fundamentada na pesquisa, garantindo melhor qualidade de vida e evitando o confronto nas ruas, nos campos, onde for”, disse.

A secretária de Desenvolvimento Econômico destacou a importância de aproximar a ciência e a tecnologia na resolução dos problemas sociais. “Meu sonho é ver a ciência sendo aplicada cada vez mais na busca pela cura de doenças, na segurança e educação com o objetivo de gerar oportunidades para as pessoas”, disse Ellen.

Zago ressaltou que não existe desenvolvimento econômico e social sem uma forte participação da ciência e da tecnologia. Lembrou que as cinco maiores economias do mundo são também as cinco maiores potências em pesquisa e ensino superior.

“Enquanto muitos falam de crise, estamos aqui para falar de oportunidades. São Paulo representa apenas 3% do território nacional, mas é o principal produtor de frutas, cana, etanol e açúcar. É responsável por um terço do PIB [Produto Interno Bruto] do país. Isso se deve ao arrojo do empresariado paulista e também à alta dose de ciência e tecnologia e à formação de recursos humanos especializados, uma das maiores contribuições da FAPESP para o Estado e para o Brasil”, disse.

Ellen ressaltou ainda o desafio de aumentar o número de patentes registradas no Estado. “A Fapesp e as universidades fazem um lindo trabalho. Mas podemos e precisamos fazer muito mais”, disse.

Doria elogiou o trabalho feito pela Fapesp no apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico no Estado de São Paulo. “A Fapesp não precisa do governo, o governo precisa da Fapesp. É uma síntese perfeita da autonomia de uma instituição dedicada à ciência, à pesquisa e à inovação, sem dependência política, ideológica ou partidária”, disse.

Também estiveram presentes na cerimônia de lançamento da chamada Ciência para o Desenvolvimento: os secretários Gustavo Junqueira (Agricultura e Abastecimento), José Henrique Germann Ferreira (Saúde), Marcos Penido (Infraestrutura e Meio Ambiente) e Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional); o deputado estadual Daniel José; o reitor da Universidade de São Paulo (USP) Vahan Agopyan e o vice-reitor Antonio Carlos Hernandes; o vice-reitor da Universidade Federal de São Carlos Walter Libardi; pró-reitores e diretores da USP, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Estadual Paulista, Pontifícia Universidade Católica de Campinas; diretores dos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo, diretores da Fapesp e membros do Conselho Superior da Fapesp, dirigentes de empresas e diversas outras autoridades.

Leia o discurso de Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp, sobre a chamada Ciência para o Desenvolvimento: www.fapesp.br/12964.

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