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Por que abordar “Fake News” em sala de aula

*Sueli Bravi Conte – 

Inevitavelmente, você já ouviu falar sobre Fake News, certo? Para quem tem dúvidas, Fake News são notícias falsas que acabam sendo publicadas por veículos de comunicação ou propagadas pelas redes sociais como se fossem fatos verdadeiros. Esses materiais normalmente são feitos e divulgados com o objetivo de legitimar determinado ponto de vista ou prejudicar uma pessoa, um grupo ou empresa.

O fato é que as Fake News viralizam de maneira simples e rápida uma vez que, em geral, as notícias têm forte apelo emocional ou são sensacionalistas e levam as pessoas a consumir e replicar a informação sem confirmar se o conteúdo é ou não verdadeiro.

O termo Fake News é novo, porém, antes mesmo dele existir já havia uma discussão na escola, junto aos alunos, a respeito da propagação de boatos. É comum aos professores, quando vão iniciar os alunos no mundo da pesquisa, para realização de um trabalho, por exemplo, explicar a eles que é possível realizar a busca por informações em uma série de canais. Até poucos anos atrás, isso acontecia exclusivamente em livros, revistas e jornais, nas Bibliotecas. Hoje em dia, com a internet à disposição, os alunos utilizam com frequência a ferramenta digital. É neste momento que acontecem as orientações. Os professores sempre conversam e ensinam aos alunos como fazer as pesquisas, como reconhecer se determinado site é realmente sério e até como verificar a informação antes de utilizá-la nos estudos e trabalhos que serão entregues. Este é um primeiro passo para o reconhecimento e combate das Fake News na escola.

Outra forma de abordar o tema com os alunos vem por meio da promoção de debates. É importante explicar aos alunos sobre a ocorrência das Fake News por meio da apresentação de casos do nosso cotidiano em sala de aula. Não é incomum ver os alunos comentando sobre determinado vídeo ou texto que circula por ferramentas de comunicação digital. É válido trazer o tema para a sala e deixar que eles reflitam e entendam as consequências que a propagação de uma notícia falsa pode trazer, seja em esfera pessoal, para uma pequena comunidade ou até para um país.

Cabe, por exemplo, fazer rodas de conversas com os alunos, assistir filmes e peças de teatro com foco no tema, levar a discussão para dentro de casa e para o círculo de amigos só reforça o combate a esse problema da vida moderna. No fim, os professores e coordenadores acabam recebendo relatos dos próprios alunos de extrema conscientização a respeito das Fake News e das consequências que elas podem trazer.

No ambiente escolar, uma Fake News pode trazer consequências diversas. Quando a notícia falsa envolve um aluno, por exemplo, é possível que ocorra Bullying, dependendo do teor da notícia. Assim, é preciso atenção ao comportamento dos alunos e adoção de medidas que deem fim à propagação de tal informação. As Fake News – seja qual for o assunto (política, economia, relações exteriores, eleições, celebridades, etc) – também podem desviar a atenção dos alunos do conteúdo transmitido em sala de aula, o que prejudica o aprendizado.

Claro, há formas de detectar o assunto e, junto com os próprios alunos, desvendar se a notícia é verdadeira ou falsa, ressaltando sempre a importância de verificar quem e como determinado assunto foi propagado para evitar que continue a ser comentado por outros. Discutir sobre um problema é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores recursos para evitar que ele volte a acontecer. Que tal pensar nisso?

*Sueli Bravi Conte é educadora, psicopedagoga, doutoranda em Neurociência e mantenedora do Colégio Renovação, instituição de ensino com mais de 30 anos de atividades e que atua da Educação Infantil ao Ensino Médio.

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