[ad_1]
Cotado como provável sucessor de Henrique Mandetta, o deputado-federal Osmar Terra (MDB-RS) pode estar próximo de voltar à Esplanada dos Ministérios. Se confirmada a troca, terá pela frente a missão de conduzir o país diante da ascensão do novo coronavírus.
Terra tem apoio da base bolsonarista e se tornou peça-chave em meio à perseguição política promovida contra Mandetta_mesmo com o prestígio de um trabalho bem avaliado pela opinião pública.
Ministro antiquarentena
Antes de mencionar o passado político de Terra, é necessário lembrar que sua eventual indicação se vale do encontro do pensamento negacionista frente à pandemia.
Diferente de Mandetta, Terra endossa o teoria contrária às medidas de quarentena, alinhado, assim, ao posicionamento de Jair Bolsonaro.
Com Terra no comando da Saúde, seria o fim das ruidosas polêmicas que colocam em xeque a continuidade de Mandetta no cargo.
Mais que alinhado ao discurso do presidente, o ex-ministro da Cidadania usa sua conta nas redes sociais para atacar as medidas restritivas adotadas em todo o mundo e recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
E justamente por isso recebeu advertência do Twitter no último sábado, 4, quando uma de suas postagens sobre o assunto foi apagada por ferir as regras da plataforma e colocar as pessoas em risco. Escreveu na ocasião:”Insisto que a quarentena aumenta os casos do coronavírus. A curva da epidemia nos países que a adotaram mostra isso. Isso pq o contágio se transfere da rua para dentro de casa e fica mais fácil.”
Além disso, o possível novo ministro da Saúde recentemente se envolveu em um embate com a advogada e professora de Direito Penal, Gabriela Prioli.
Favorável ao isolamento, a ex-comentarista do quadro Debate, da CNN, explicou por que a argumentação do ex-ministro está errada. Ele defendeu que o isolamento social não achata a curva de propagação do coronavírus.
Prioli gravou um vídeo acusando Terra de “desinformação” por compartilhar esse tipo de teoria contra a medida, defendida pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Do comunismo ao negacionismo: quem é Osmar Terra ?
Apresentado o contexto que explica a possível substituição no Ministério da Saúde, vamos lembrar, afinal, quem é Osmar Terra.
Negacionista convicto, não é de hoje que Osmar Terra, filiado ao MDB gaúcho há mais de três décadas, protagoniza polêmicas em seu currículo.
A começar pelo passado comunista, dos tempos em que transitava pelos corredores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde cursou medicina. No auge dos anos 1970, Terra era chamado pelos amigos de ‘Chinelão’ graças ao singelo costume de usar sandálias franciscanas.
Do movimento estudantil para os dias de militância no PCdo B foi apenas um pulo. Namorou Mônica Tolipan, ninguém menos que a presidente do DCE da PUC do Rio, líder estudantil que se tornou alvo da ditadura.
Alvo da ditadura
Ironicamente, Mônica foi torturada por aquele que, décadas mais tarde, se tornaria herói dos bolsonaristas: Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do Destacamento de Operações e Informações do Exército – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).
Tempos depois, Mônica e Terra embarcariam em um ônibus com destino a Buenos Aires onde passaram a viver com outros companheiros brasileiros na capital argentina. “Terra tinha muito medo de ser preso. Agora ele não gosta que fale essas coisas, mas era comunista. Se não me engano, fugiu no dia da formatura e só pegou o diploma muito depois”, revelou o colega de turma Anderson de Barros Abreu em entrevista ao site GaúchaZH.
Negando as evidências
Secretário de saúde do Rio Grande do Sul durante o surto do vírus H1N1, disse certa vez em entrevista que o vírus não devia ser motivo de pânico_ao fim de 2009 o estado se tornou uma das regiões mais afetadas pelo Influenza A.”Mais pessoas morreram de gripe comum no período”. Fortes rumores também indicam simpatia do ex-ministro da Cidadania pela teoria terraplanista.
Terra chegou à Esplanada dos Ministérios ainda em 2016, no governo do ex-presidente Michel Temer, quando assumiu o Ministério de Desenvolvimento Social.
Após três anos, na transição dos governos, foi realocado para o Ministério da Cidadania, criado a partir da fusão entre os as pastas da Cultura, Esporte e Desenvolvimento Social.
Em fevereiro de 2020, Terra foi substituído por Onyx Lorenzoni e voltou à Câmara onde ocupa o terceiro mandato como deputado federal.
[ad_2]
Fonte