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A análise identificou um benefício líquido de US$ 9,5 por cada dólar investido na recuperação do cerrado e da floresta amazônica necessários para que as propriedades rurais ao longo do corredor sejam adequadas às normas do Código Florestal.
O Corredor do Araguaia tem 40 quilômetros de largura, 20 km de cada lado da margem do rio Araguaia e Tocantins. Seus 2.361 quilômetros de comprimento equivalem à distância entre Londres e Moscou.
Isso resulta em uma área total de 10,8 milhões de hectares, sendo 52% no bioma Amazônia e 48% no bioma Cerrado. A área abrange 112 municípios em seis estados brasileiros e inclui 23.997 imóveis rurais, sendo 96% dos quais são propriedades privadas.
A Análise de Custo-Benefício (CBA) identificou que 13.148 propriedades rurais privadas localizadas no corredor têm déficit de áreas de preservação permanente e reserva legal. No total, são aproximadamente 1 milhão de hectares de áreas degradadas que, de acordo com o Código Florestal, devem ser recuperadas.
Para recuperar estas áreas, o estudo propôs modelos de recuperação florestal específicos para a região e avaliou os benefícios ambientais, sociais e econômicos gerados pelo restauro, em relação aos seus custos.
Para a análise, o estudo estabeleceu valores monetários para os principais custos e benefícios envolvidos. O valor monetário calculado dos benefícios econômicos e ambientais totalizou US$ 21,1 bilhões.
Quando comparado ao custo estimado para a restauração, de US $ 2,2 bilhões, o benefício líquido é de US$ 18,9 bilhões, ou seja, US$ 9,5 por dólar investido, representando uma taxa de retorno social de 76%.
“Esse estudo é um importante passo para trazer mais pragmatismo para a realização deste projeto de restauração ambicioso, de grandes dimensões”, aponta Marina Tavares, coordenadora de Relações Institucionais da Fundação Black Jaguar. “Com ele foi possível, por exemplo, direcionar nosso time de campo para atuar nas regiões de maior déficit ambiental”, completa Marina.
Modelagem
Os custos e benefícios da restauração do Corredor da Biodiversidade de Araguaia foram avaliados analisando dois possíveis modelos de recuperação florestal, chamados de “ecológico” e “econômico”.
“Os modelos de restauração propostos proporcionam aos proprietários a possibilidade de obter receitas, garantindo aspectos ecológicos da restauração florestal e atendendo aos requisitos do Código Florestal Brasileiro”, aponta a pesquisadora Andrea Lucchesi, da Universidade de São Paulo, uma das coordenadoras do estudo.
O modelo ecológico se concentra em reestabelecer o ecossistema e sua sustentabilidade ecológica. Dependendo da região em que a propriedade está localizada e do seu potencial de regeneração natural, diferentes modelos de reflorestamento são propostos. Já o modelo econômico alia conceitos de recuperação ecológica à exploração econômica sustentável do solo, de acordo com a regulamentação do Código Florestal.
O custo de implementação do modelo ecológico é menor em comparação ao modelo econômico. No entanto, o modelo econômico permite que o proprietário obtenha receita com a venda de madeira ou produtos agrícolas, produzidos de forma sustentável, ao mesmo tempo em que recupera ecologicamente a área.
Números positivos
Considerando a abordagem do modelo econômico de recuperação e o horizonte de projeção de 50 anos, alguns importantes impactos da implementação do projeto são (valores em US$ de dezembro de 2019):
• Geração de US$ 2,7 bilhões em receita para os proprietários rurais com a venda de produtos madeireiros e não-madeireiros.
• Criação de 38 mil empregos no ano de pico do projeto (refere-se à demanda máxima de mão de obra, equivalente ao ano da maior área de implementação do corredor, em 2038).
• US$ 15 milhões arrecadados em impostos.
• Cumprimento de 8% da meta brasileira de recuperação florestal para 2030, conforme o Acordo de Paris.
• Redução de 527 milhões de toneladas na erosão do solo, representando US$ 1,3 bilhão em custos evitados.
• Captura de 262 milhões de toneladas de carbono decorrente do plantio de árvores para o recomposição do corredor do Araguaia. Essa captura representa um benefício de US$ 17,1 bilhões em custos sociais evitados relativos a danos globais que ocorreriam casos os 262 milhões de toneladas de carbono não tivessem sido capturados, tais como mudanças na produtividade agrícola, impactos na saúde humana, danos à propriedade causados por inundações e serviços ecossistêmicos.
A recuperação florestal do Corredor de Biodiversidade do Araguaia trará benefícios para todas as macroregiões consideradas (Amazônia, Cerrado e Ecótonos) e todos tamanhos de propriedades (pequena, média e grande). Além disso, a restauração do Corredor terá um impacto ambiental global positivo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e perda de biodiversidade.
“É muito tarde para ser pessimista”, diz o fundador da Fundação Black Jaguar, Ben Valks. “Esse estudo de impacto prova que os corredores de biodiversidade serão uma vitória para os proprietários de terras e para o nosso planeta”, completa Ben.
Sobre o estudo
O estudo foi coordenado pelas professoras Andrea Lucchesi (EACH/USP) e Madhu Khanna da Universidade de Illinois Urbana Champaign e contou com a participação de 10 pesquisadores nas áreas de biologia, economia e engenharia florestal.
Sobre a Fundação Black Jaguar
A Fundação Black Jaguar busca um objetivo muito claro: plantar árvores nativas em larga escala para apoiar a criação do Corredor de Biodiversidade do Araguaia. A organização faz parcerias com proprietários rurais para reflorestar as áreas devidas para ficarem adequadas ao Código Florestal, arcando com os custos de planejamento, plantio e monitoramento.
Baixe aqui o mapa do corredor
#Envolverde
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Fonte