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O ex-embaixador brasileiro nos EUA, Rubens Barbosa, foi contundente ao apontar os riscos que a política ambiental problemática do Brasil pode trazer ao comércio e à política externa do país. Em entrevista ao Correio Braziliense, o diplomata disse que a questão ambiental está presente hoje na agenda global, reforçada por demandas crescentes de consumidores por produtos e serviços que não impactem negativamente o meio ambiente. “Quem não aceitar isso, não está entendendo o que está acontecendo”.
Sobre a política ambiental, Barbosa afirmou que o governo adotou medidas que “enfraqueceram a fiscalização, que negligenciaram o combate às ilegalidades”, assinalando também que “essa posição negacionista do governo é um problema aqui, não é um problema lá de fora”.
Enquanto isso, um grupo de 24 organizações francesas publicou um manifesto pedindo ao presidente Emmanuel Macron que tome medidas concretas contra a destruição ambiental no Brasil, como a recusa do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O texto cita dados recentes sobre o desmatamento na Amazônia e a contribuição que companhias varejistas e instituições financeiras da França dão à produção de carne bovina e soja em áreas desmatadas ilegalmente. Por essa razão, os signatários pedem também que o governo francês atue para forçar os importadores de matérias-primas agrícolas tenham alguma garantia de que os produtos comprados no Brasil não são associados ao desmatamento.
“O governo francês não deve se contentar em expressar um simples desacordo sobre o acordo de livre comércio com o Mercosul. Em vez disso, ele deve garantir que esse tratado, que representa uma séria ameaça para as florestas da América do Sul, seja enterrado”, diz o manifesto.
Em tempo: Em um momento em que China pisa no freio com sua transição energética e EUA recuam neste tema com Trump, o Brasil poderia ser uma liderança global – mas o negacionismo bolsonarista com questões de meio ambiente impede isso. “O mundo vai se descarbonizar. Governos querem ter liderança nas tecnologias do futuro? Ou ficar com o passado? A mudança climática, como a internet, fica maior a cada ano e nunca vai embora”, argumentou Lauro Marins, diretor-executivo do CDP, em entrevista ao Estadão.
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