O ato de comer compreende muitos aspectos, não só os nutricionais, como muitos pensam. Fatores psicológicos, culturais, ambientais e biológicos também influenciam a maneira pela qual se come. Entre as muitas interferências resultantes desses fatores, o “comer emocional” – ou a “fome emocional” – surge como algo bastante comum, apesar de nem sempre ser reconhecido como tal. Mas como identificá-lo?
O comer emocional caracteriza-se pela motivação do ato de comer que não possui relação com sinais físicos do corpo. Ou seja, os episódios de comer emocional podem acontecer na ausência de fome física, que é aquela que apresenta sinais corporais clássicos – desde o barulho (ou ronco) do estômago até sinais mais intensos, como fraqueza, dor de cabeça e mal-estar.
Os gatilhos para os episódios de comer emocional podem ser diferentes a cada momento. Eles podem surgir em uma situação estressante, ou até mesmo em contexto de exagerada alegria. Para muitos que experimentam o comer emocional, que pode ser acompanhado da sensação de comer de maneira voraz e com perda de controle, a comida parece ser um tipo de refúgio, alívio ou recompensa.
Embora comum, o comer emocional tem tratamento e remissão. A abordagem nutricional focada em mudanças de comportamento alimentar pode ajudar na diminuição da frequência desses episódios.
Para tratá-lo é importante que o profissional seja capacitado e empático. Não se trata comer emocional com dieta, muito menos reforçando esteriótipos. É possível desvencilhar gatilhos emocionais dos pratos de comida, recuperando a sensação de controle do ato de comer respeitando os sinais de fome e saciedade do seu corpo.
Texto escrito pela nutricionista Marcela Kotait.