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Saiba por que o cigarro eletrônico é até mais nocivo que o normal

Uma música dos anos 1960, de Roberto Carlos, dizia: ‘É proibido fumar”. Bem, proibido não é, ao menos quando falamos do tabaco. Porém, o médico certamente diz aos pacientes fumantes: “É recomendado parar de fumar”. E, com essa intenção, muita gente busca ajuda para “enganar” o cérebro com o intuito de abandonar o vício. Um dos artifícios é o cigarro eletrônico. No entanto, adotá-lo em substituição ao tradicional não alivia os danos à saúde.

Crédito: iStock/vchalMédicos já condenam o uso do cigarro eletrônico

Pelo contrário: pode até ser pior. É o que diz, por exemplo, Stella Regina Martins, pneumologista do Programa de Tratamento do Tabagismo do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Segundo a médica, para formar o vapor a ser inalado – daí o nome “vape”, pelo qual é conhecido –, o cigarro eletrônico faz uso de várias substâncias altamente prejudiciais, como propileno, glicol e glicerol – além da nicotina líquida. “A exposição a essas substâncias tóxicas acaba sendo muito maior”, afirma Stella.

Porém, acrescenta a especialista, como se trata de um produto relativamente novo, ainda não existe uma dimensão maior sobre o tamanho do mal que ele pode causar. “A gente vai observá-lo melhor como um agente causador de câncer em um futuro próximo”, argumenta.

Doença misteriosa causada pelo cigarro eletrônico

Talvez mais próximo do que se imagina. Afinal, no mês passado, os Estados Unidos divulgaram a primeira morte ligada ao uso desse tipo de cigarro.

Também têm sido registradas no país ocorrências de uma doença pulmonar ainda pouco conhecida e que tem sido atribuída a ele. Já são mais de 450 casos. Os pacientes são jovens, com idade média de 19 anos. E os sintomas incluem tosse, falta de ar, fadiga, vômito e diarreia.

Por sinal, esses usuários têm usado o cigarro eletrônico também com tetra-hidrocanabinol, ou THC, a substância psicoativa da maconha.

Para piorar o quadro de adesão de adolescentes ao “vape”, há alguns modelos que são aromatizados.

No Brasil, a comercialização do cigarro eletrônico é proibida. Mas o tema está em discussão na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Stella Martins lembra ainda de um problema adicional ligado ao cigarro eletrônico. “Muitos começam a usá-lo e acabam não largando o tradicional, ficando viciados nos dois”, alerta.

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