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As fake news sobre saúde nunca estiveram tão ativas nas redes sociais e nos aplicativos de troca de mensagens. Em meio à pandemia de coronavírus, a que vem se destacando é a de que a suplementação vitamina D seria capaz de potencializar a imunidade, protegendo o organismo contra o novo vírus. A informação não só não procede, como pode ser perigosa.
O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia já se manifestaram sobre isso, alertando que trata-se de uma notícia falsa e que o uso indiscriminado dessa substância não é isento de riscos.
De fato, a vitamina D é muito importante para o sistema imune, responsável pela defesa do nosso organismo. Ela estimula a proliferação de células de defesa, além de ter um papel importante na missão de absorver o cálcio da dieta. Porém, não dá para afirmar que ela é capaz de nos brindar contra a covid-19. Tampouco vale aquela premissa de quanto mais, melhor.
Para deixar melhor explicado, se fizermos um consumo exagerado de vitamina C, por exemplo, o excesso será eliminado pela urina porque trata-se de uma substância hidrossolúvel, mas isso não acontece com a vitamina D. Tanto ela quanto a A, a E e K são chamadas de lipossolúveis e, em excesso, podem se acumular no nosso organismo.
Em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, dia 13, o Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Denizar Vianna, fez o alerta. “Não façam uso indiscriminado de vitamina sem uma recomendação médica. Se o indivíduo tem uma alimentação adequada, ele vai adquirir esses nutrientes através da alimentação, se há uma carência, o médico vai orientá-lo em relação a isso”, disse.
Vianna ainda lembrou que a sintetização de vitamina D pode acontecer com a exposição ao sol, e que uma pessoa em isolamento pode conseguir isso na janela de casa, na sacada ou varanda, sem a necessidade de deixar o isolamento.
De onde, então, surgiu a crença de que a vitamina D protegeria contra o coronavírus?
Da Itália. Mais precisamente da Universidade de Turim, no norte do país. Por lá, o professor de Geriatria, Giancarlo Isaia, e o de Histologia, Enzo Medico, fizeram um estudo onde foi observado que a maioria das pessoas infectadas pelo novo coronavírus apresentavam carência de vitamina D.
Só que vale se atentar a uma questão importante. A prevalência dos casos se dava no hemisfério norte, que estava no inverno, época em que a incidência de luz solar é naturalmente menor. Por isso, por lá, os cientistas chegaram a recomendar que médicos orientassem a suplementação de vitamina D para enfrentar a pandemia. A recomendação era voltada especialmente às pessoas já contaminadas pelo novo coronavírus, seus familiares, profissionais de saúde, idosos, grávidas e pessoas que, por diferentes motivos, não se expunham adequadamente ao sol.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, no entanto, viu com cautela o estudo preliminar e publicou uma nota ressaltando que a pesquisa de Turim não havia sido publicada em nenhuma revista científica, não tendo sido disponibilizados os dados mais relevantes como número de participantes, idade dos pacientes e os níveis de vitamina D no sangue.
“Não causa surpresa o achado de níveis séricos mais baixos de 25OHD (vitamina D) em pacientes com formas moderadas a graves da covid-19, já que as comorbidades apresentadas comumente por esses indivíduos (por exemplo, doenças crônicas, doenças inflamatórias, obesidade e diabetes) são primariamente associadas à deficiência de vitamina D”, diz a nota. “Esta associação NÃO determina causalidade, ou seja, NÃO indica relação de causa x efeito, e NENHUM estudo clínico randomizado já demostrou qualquer benefício do uso de vitamina D para prevenção ou tratamento da Covid-19”, conclui.
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