As unidades de saúde pública do país têm até seis meses para se adequarem a uma determinação do governo e passar a oferecer exames de toxoplasmose em bebês recém-nascidos. O teste que deverá estar disponível pelo SUS será feito na ocasião do chamado teste do pezinho, logo após parto.
A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa, transmitida da mãe para o filho durante a gravidez. Sem tratamento, a infecção durante a gestação resulta em doença congênita em cerca de 44% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. Ao passo que o tratamento apropriado reduz esse risco para 29%.
O diagnóstico precoce da doença melhora a qualidade de vida das crianças, reduzindo os sintomas, a gravidade dos sinais, como problemas na visão e na audição, dificuldades mentais e motoras, e o número de óbitos. De acordo com dados oficiais, em 2018, foram registradas 26 mortes em decorrência da doença.
As orientações para evitar toxoplasmose são as seguintes:
Não ingerir carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas;
Beber, sempre que possível, água tratada e sujeita a controle de qualidade;
Ferver a água não tratada antes de consumi-la;
Lavar as mãos ao manipular alimentos;
Após manusear carne crua, lavar bem as mãos e toda a superfície que entrou em contato com esse alimento e os utensílios utilizados;
Usar luvas e lavar bem as mãos após realizar atividades de jardinagem;
Usar luvas ao manipular fezes de gato;
Não consumir leite e seus derivados crus, não pasteurizados, seja de vaca ou de cabra.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ainda recomenda que os alimentos como frutas, legumes e hortaliças devam ser corretamente higienizados, uma vez que podem ser consumidos crus, a fim de eliminar micróbios patogênicos e parasitas.
Sintomas de toxoplasmose
Pessoas com o sistema imune intacto geralmente não desenvolvem sintomas de toxoplasmose. No entanto, o parasita pode persistir durante toda a vida no seu hospedeiro, havendo um risco de reativação da infecção em um momento posterior se o indivíduo tornar-se imunodeprimido.
A maioria das pessoas só descobre ter sido infectada pelo Toxoplasma gondii quando faz exames de sangue. Este fato é muito comum nas mulheres no pré-natal, pois a sorologia para toxoplasmose faz parte dos exames de rotina de uma grávida.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção, (agudo ou crônico). Os sintomas normalmente se assemelham à gripe e dengue, podendo incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos.
Pessoas com baixa imunidade: podem apresentar sintomas mais graves, incluindo febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação e convulsões.
Gestantes: mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.
Recém-nascidos: dos recém-nascidos infectados (Toxoplasmose Congênita), cerca de 85% dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento. No entanto, essas crianças podem indicar alterações como restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, anormalidades visuais e neurológicas. Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose congênita não tratada. Há casos relatados de surgimento de sequelas da doença, não diagnosticadas previamente, ocorrendo apenas na adolescência ou na idade adulta.
Os recém-nascidos que apresentam manifestações clínicas podem ter sinais no período neonatal ou nos primeiros meses de vida. Esses casos costumam ter, com mais frequência, sequelas graves, como acometimento visual em graus variados, retardo mental, anormalidades motoras e surdez. As sequelas são ainda mais frequentes e mais graves nos RN que já apresentam sinais ao nascer, com acometimento visual em graus variados, retardo mental, crises convulsivas, anormalidades motoras e surdez.